Eusébio, Pindoretama e Pacatuba têm os maiores percentuais de crianças vacinadas na RMF; veja lista

Das 18 cidades da RMF, apenas cinco estão com índice de aplicação da vacinação em crianças de 5 a 11 anos acima da média estadual, que atualmente é de 9,12%

Duas semanas após o início da imunização infantil contra a Covid-19 no Ceará, as 18 cidades que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) apresentam cenários distintos. Algumas delas, como Eusébio e Pindoretama, já vacinaram mais de 20% da meta estipulada pela Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, enquanto outras, como Paraipaba e São Luís do Curu, aplicaram menos de 2% das doses.

O Diário do Nordeste realizou levantamento exclusivo sobre a aplicação do imunobiológico no público entre 5 e 11 anos nas cidades da RMF. Os dados foram extraídos na tarde desta segunda-feira (31) e confirmados com as Secretarias Municipais da Saúde, com exceção de São Luís do Curu que, por não responder o contato da reportagem, terá expresso nesta matéria os dados fornecidos pela Sesa. 

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Entre os 18 municípios, o mais avançado nesta corrida imunizatória é Eusébio, que aplicou 23,61% das doses totais da meta estipulada, que é de 5.388 crianças. O secretário da Saúde do Município, Josete Malheiros Tavares, destaca "a importância da mobilização dos profissionais da saúde para divulgar e conscientizar a necessidade da vacinação" e estima que até o final de fevereiro o "Município terá vacinado 90% da meta, desde que não nos falte doses" .

Em seguida, aparecem as cidades de Pindoretama (21,2%) e Pacatuba (18,4%). A Capital cearense aplicou vacina em 8,7% das crianças entre 5 a 11 anos - a meta em Fortaleza é imunizar 264.649 crianças. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, os dados na Capital estão sendo atualizados e, nos próximos dias, este índice deve crescer.

9,12%
É o percentual médio do Estado na aplicação do imunizante no público infantil, entre 5 a 11 anos

Segunda no ranking, a cidade de Pindoterama vacinou 435 crianças de um universo projetado para 2.052. O secretário da Saúde do Município, Rilson Andrade, atribui o bom índice "à grande mobilização que [a pasta da Saúde] faz junto às equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), o que inclui desde os Agentes de Saúde aos vacinadores (Enfermeiros e técnicos), além de todo pessoal de apoio".

Já a assessoria de Pacatuba, terceira no ranking das que mais aplicaram a vacina entre as cidades da RMF, disse que o índice deve-se as "buscas ativas com agentes de saúde". Além disso, acrescenta a pasta, "as equipes têm utilizado todos os recursos disponíveis, como redes sociais oficiais, carro de som, para levar informação de confiança e atuando ao combate de fake news".

A Secretaria municipal relatou que, diante desse conjunto de ações, tem sido grande "a procura pelo imunizante, o que mostra que a população tem visto os avanços em relação ao baixo número de complicações aos vacinados, que estão contraindo a nova cepa".

Baixa aplicação 

No lado oposto, estão cidades com baixa aplicação até o momento. O pior índice é de Paraipaba (1,23%), Cascavel (3,16%), Itaitinga (3,17%), Maranguape (4%) e Pacajus (4,5%). A cidade de São Luis do Curu consta, no Vacinômetro da Sesa, que não houve nenhuma aplicação até o momento.

Contudo, a Secretaria da Saúde do Ceará reforçou que "algumas cidades, sobretudo as de menor porte, demoram alguns dias para informar as doses aplicadas, por questão de logística. Desta forma, os dados podem levar até uma semana para serem atualizados no Vacinômetro".

 

A presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Sayonara Moura, reitera a explicação da Sesa e afirma que todas as cidades já iniciaram o processo de vacinação. "Alguns municípios, principalmente na Região Norte do Estado, podem atrasar o registro das informações no Vacinômetro por questões de logística, pontuou

Pacajus aplicou 330 das 1.100 doses recebidas. No entanto, quando se observa a meta de 68.896 crianças entre 5 a 11 anos a serem imunizadas, o índice é inferior a 5%. Segundo a Secretaria da Saúde do Município, "a procura para a vacinação está abaixo do esperado, com muita resistência por parte dos pais".

Além disso, acrescenta a Secretaria, "há muitos questionamentos frente a algumas recomendações específicas adotadas apenas para a vacinação pediátrica que estão sendo rigorosamente seguidas pelo município, como por exemplo um dia e turno especifico para vacinação apenas das crianças e observação após aplicação da dose por 20 minutos".

Na tentativa de reverter este baixo índice, a Secretaria informou que tem intensificado o "trabalho [de conscientização] por meio da própria mídia local, redes sociais, carro-sons e nos locais para cadastramento".  

Já a Secretaria da Saúde de Maranguape justificou dizendo que "muitas crianças estão adoecidas com sintomas gripais e isso dificulta o processo da imunização". A gestão garantiu ainda que oferta a vacina em todo o território de Maranguape, "realizando busca ativa, tranquilizando os pais quanto a aplicação da vacina, possibilitando o cadastro no ato da vacinação para crianças que ainda não tenham sido cadastradas e atendendo a todas as recomendações em nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde".

Ainda segundo a assessoria, esse índice deve subir com o início da aulas. "Com o retorno das atividades escolares, temos o objetivo de realizar também a vacinação nas escolas para atingir um público maior, sempre informando aos pais com antecedência para os mesmos estejam presentes no dia da imunização".

Importância da Imunização

Sayonara Moura destaca ser "importantíssima a agilidade na vacinação para o público infantil". A presidente do Cosems considera que essa aceleração na aplicação do imunizante "acarretará em uma maior segurança no retorno às aulas, no próprio dia a dia dessas crianças, em suas brincadeiras, e em seu desenvolvimento".

Além disso, completa Sayonara, "a inclusão das crianças confere homogeneidade no estado do percentual de vacinação dos municípios, passando segurança para suas populações". Para a representante do órgão, essa celeridade do processo de imunização deverá acontecer naturalmente nos próximos dias diante da "excelente capacidade que o Ceará tem para operacionalizar campanhas de imunização".

"Temos no estado um alto número de municípios com mais de 90 por cento de suas populações vacinadas com a D1, e destacamos em especial o município de Guaramiranga, que alcançou cem por cento de aplicação da D1. Tudo isso é resultado de uma logística organizada pela Secretaria da Saúde do Estado, monitorada pelo Cosems, que imprimiu rapidez na entrega de doses aos municípios, permitindo a rapidez na aplicação", finaliza Sayonara.