Criação cearense, capacete Elmo vence prêmio nacional de inovação por suporte a pacientes com Covid

Equipamento salva vidas e evita procedimentos invasivos desde a criação em meio à crise sanitária

Na falta angustiante por suporte para respiração, durante a pandemia da Covid-19, o Ceará criou o capacete Elmo - hoje escolhido como o projeto mais inovador no 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Entre 25 concorrentes, a tecnologia recebeu 60% dos votos com premiação realizada nesta quinta-feira (10).

O equipamento cearense reduz a necessidade de intubação de pacientes com Covid e, com isso, evita sequelas do procedimento. O reconhecimento veio no Prêmio de Inovação SUMMIT Senai P&D + Impacto, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O capacete Elmo é resultado do trabalho conjunto da Universidade de Fortaleza, Esmaltec, Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e Universidade Federal do Ceará (UFC). Também integram o grupo responsável pela tecnologia o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP), Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Participaram da cerimônia Paulo André Holanda, diretor do Senai/Sesi Ceará, Rendex Ribeiro, gerente de tecnologia na Esmaltec e o superintendente de inovação da CNI, Jefferson Gomes. O Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria foi realizado em formato híbrido nos dias ontem (9) e hoje em São Paulo, com transmissão pela Internet. 

Foram reunidas empresas, representantes do governo, acadêmicos e membros de instituições de ciência e tecnologia para analisar a inovação como principal estratégia de crescimento e competitividade

Pódio do Prêmio: (Elmo garantiu 60% dos votos)

  • 1° Lugar: Instituto Senai de Tecnologia EMM Capacete Elmo — Empresa Esmaltec
  • 2° Lugar: Instituto Senai de Tecnologia Alimentos Serum Gel — Empresa Almodóvares
  • 3° Lugar: Cimatec Vacina Covid — Hot Bio

O projeto do capacete de respiração assistida surgiu diante da falta de respiradores mecânicos em momento de demanda maior do que a capacidade de atendimento durante a pandemia. A idealização aconteceu em abril de 2020.

Depois disso, a tecnologia ganhou adesão também em municípios do Interior e, inclusive, em outros locais como Manaus, que vivenciou escassez de equipamentos durante a crise sanitária. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e pacientes ressaltam os benefícios do suporte para a respiração.

O Elmo facilita a entrada de oxigênio em pacientes com quadro clínico moderado e grave. Funciona assim: a cúpula transparente, por onde entram os tubos, é fixada ao pescoço, distribui fluxo de gás contínuo para oxigenar o sangue e expandir o pulmão.

Resultados do capacete Elmo

Foram comercializadas 9.949 unidades do Elmo, desde o início do projeto até o último mês, conforme registros da Esmaltec. Com base nisso, a estimativa é de que os equipamentos tenham contribuido para salvar mais de 60 mil vidas.

O uso do suporte para ventilação em Fortaleza também mostrou que cerca de 60% das pessoas que utilizaram a tecnologia não precisaram ser intubadas, em uma análise feita com dados preliminares pela Escola de Saúde Pública. Ou seja, seis em cada 10 pacientes conseguiram se recuperar sem um procedimento mais invasivo. 

O equipamento demonstrou eficácia em pacientes com comprometimento da oxigenação do sangue e evita a ida de pacientes para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).