A positividade atual para a Covid-19 no Ceará está em 44,42%, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Ou seja, a cada 100 exames, 44 detectam a presença do vírus no organismo do paciente. No entanto, o percentual varia de cidade para cidade.
Para fazer o cálculo, o IntegraSUS informa que pondera os números de testes RT-PCR (padrão ouro de detecção) positivos, segundo a data de início de sintomas da última semana epidemiológica, em relação ao total de exames do mesmo tipo realizados em igual período.
Veja abaixo como está a situação em cada município:
A positividade permite às autoridades de saúde ter melhor noção sobre a circulação do vírus entre a população e determinar os próximos passos na condução da pandemia. Contudo, como esse indicador depende da realização de testes, alguns municípios aparecem com o índice bastante elevado.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesses casos, a alta positividade dos exames pode significar tanto um volume de testes inadequado como a incapacidade de testagem, “quando somente os casos mais graves são testados e consequentemente observa-se alta positividade”.
Assim, a detecção “eficaz e oportuna” da doença ajuda a verificar as tendências da epidemia, possibilitando a destinação de recursos financeiros e humanos e evitando ou diminuindo o número de casos graves e óbitos.
Atualmente, o Ceará dispõe de 11 centros de testagem gratuita da doença, sendo nove em Fortaleza (seis da Prefeitura e três do Governo do Estado), um em Maracanaú e outro em Juazeiro do Norte. Os testes nos postos do Governo devem ser agendados.
Outra opção disponível à população são os autotestes, que podem ser comprados em farmácia em torno de R$60 a R$70 e feitos em casa. Ainda assim, autoridades de saúde argumentam que os testes positivos sejam comunicados oficialmente ao sistema de saúde para se ter real dimensão da transmissão.
Repercussão das variantes
Especialistas em saúde pública também defendem a relevância da testagem especialmente num momento em que a Fiocruz Ceará já confirmou a presença de subvariantes mais transmissíveis do coronavírus, a BA.4 e BA.5, no Estado.
Essas formas do vírus são associadas a casos de reinfecção e podem inclusive burlar o sistema imunológico de quem já tomou as vacinas contra a Covid-19. Com isso, pode haver aumento de casos porque a forma do vírus é diferente daquela que já circulou em outros momentos de maior transmissão.
O incremento de casos vivenciado no último mês também já começou a repercutir no número de óbitos: o registro de mortes cresceu mais de 4 vezes entre a última semana epidemiológica de junho e a primeira de julho.
Porém, outros dados do IntegraSUS mostram uma menor demanda por assistência médica nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Fortaleza por síndromes gripais, que podem ser causadas pelo coronavírus ou por outros vírus respiratórios.
Entre os dias 16 e 29 de junho, foram contabilizados 8,1 mil atendimentos nessas unidades. Duas semanas depois, entre 30 de junho e 13 de julho, o número caiu para 6,6 mil. Percentualmente, a redução foi de quase 20%.