Trolls 2: animação ensina crianças e adultos a serem bons ouvintes e agregar pelas diferenças

Hits de rock, pop, entre outros gêneros, ganham versões animadas na voz dos pequenos personagens

Escrito por João Lima Neto , joao.lima@svm.com.br
A descoberta do primeiro amor também é algo presente no filme
Legenda: A descoberta do primeiro amor também é algo presente no filme
Foto: Divulgação

Uma viagem ao mundo da música de forma plural. A animação "Trolls 2" alcança notas que revelam o atual cenário do mercado fonográfico como uma mistura de gêneros. Em 1h30 de animação, com pop, rock, funk, country, reggaeton, K-pop, e outras derivações de ritmos, a discussão gira em torno de como é possível vencer o mal por meio da união. O diálogo sobre "aceitar as diferenças" e "agregar o próximo" permeia o roteiro.

O enredo de "Trolls 2" desvenda a origem musical dos personagens coloridos e as mais diversas formas dos minúsculos corpos de cada um deles. Nesse filme de sequência, Poppy e Tronco, protagonistas da animação, descobrem que não estão sozinhos no mundo que habitam, mas que existem vários outros tipos de trolls. Como toda boa história entre o bem e o mal, um dos gêneros quer destruir todos os outros e fazer com que todos consumam um único som.

Música country virá sertanejo em versão dublada par ao português
Legenda: Música country virá sertanejo em versão dublada par ao português
Foto: Divulgação

O setlist do musical selecionado para ganhar novas versões na telona inclui hits dos anos 1970, 1990 e da atualidade. De forma animada, "Girls Just Want To Have Fun", de Cindy Lauper, leva uma letra ainda mais pop na voz de Poppy. O som inconfundível de "Barracuda", da banda de rock norte-americana Heart, leva tom único na animação. O som eletrônico de Daft Punk, com a canção "One More Time", também anima os pequenos e coloridos trolls.

Olhar para composições do passado é salvar a memória da música da forma mais singela. Em 2020, com um mercado atropelado de lançamentos semanais, quase que diários, o olhar para o ontem deixa as composições históricas guardadas nas mentes e corações das crianças - público alvo da animação da Universal.

Gêneros em alta, como o K-pop, são explorados no filme
Legenda: Gêneros em alta, como o K-pop, são explorados no filme
Foto: Divulgação

Produzido por um estúdio americano, a animação traz tons extremamente regionais como o country. Na versão do filme dublada para o português, o gênero presente no país de língua inglesa foi substituído pelo sertanejo. O tom dado nas composições não fica distante da nossa "sofrência" brasileira, ambos carregados de melancolia.

É nítido, por meio da caracterização dos personagens, um exagero dos estereótipos. Temos uma rockeira com piercings e tatuagens, um K-pop carregado de cópias orientais e até trolls da música clássica tratados como seres celestiais.

Sentimentos

A paixão, o ódio e a ingenuidade também são explorados na franquia. Para crianças, fica evidente a ideia do primeiro amor protagonizado pelo núcleo do bem. Já para os mais velhos, os ensinamentos são voltados para o momento de saber ouvir e falar na hora certa dentro de um relacionamento. A animação também deixa claro o quanto a maldade pode ser prejudicial. Na fala dos vilões é possível até ouvir frases como "O ódio cansa".

A relação de jovens com idosos também é algo marcante em "Trolls 2". A figura do pai e do avô são tocantes dentro da animação. O roteiro trabalha diferentes situações: o de saber ouvir os mais velhos e dos cuidados físicos com cada um deles, seja o de segurar pela mão e do empurrar uma cadeira de rodas. É tocante.

É possível assistir "Trolls 2"sem ter visto o primeiro filme. Cada personagem possui um valor social a ser empregado em família ou dentro do círculo de amizades.