Murais pintados no Festival Concreto modificam a paisagem das ruas de Fortaleza

Até maio, a oitava edição do evento adicionará outro colorido e visual a diferentes muros e territórios da cidade

Escrito por Antonio Laudenir , laudenir.oliveira@svm.com.br
Realizada no domingo (27), ação
Legenda: Realizada no domingo (27), ação "Baião das Letras" reuniu mais de 100 grafiteiros
Foto: Vral Criativo

Outra forma de apreciar a paisagem urbana de Fortaleza. Em sua oitava edição, o Festival Concreto modifica o cinza da urbe com a cultura de grafites repletos de expressão. Até maio, será possível testemunhar uma série de trabalhos pintados em diferentes espaços públicos da capital.  

O multicolorido revela a imaginação de uma rica seleção de artistas. Nomes estrangeiros e nacionais lançam tintas e propõem um contato visual único com a rua. As obras de arte a céu aberto estão nos territórios e prédios dos bairros Praia de Iracema, Edson Queiroz, Jangurussu e Barroso.  

Vral Criativo
Legenda: Intervenção na BECE
Foto: Vral Criativo

Diferente de anos anteriores (quando era realizado em 10 dias), o festival traz sete meses de programação. “Um Festival plural, que vivencia as diferentes linguagens no meio urbano, abraçando os artistas em seus diversos percursos”, explicam os organizadores em nota. 

Trabalho de Luna Bastos
Legenda: Trabalho de Luna Bastos (PI)
Foto: Alan Sousa

O Dia do Graffiti, celebrado no último domingo (27), ganhou destaque no evento. A data foi lembrada com a ação coletiva “Baião de Letras”, em que diversos grafiteiros uniram os traços e levaram vida ao estacionamento da Estação das Artes, localizado entre as ruas Senador Jaguaribe e General Sampaio (ao lado da Escola de Gastronomia e Hotelaria Do Ceará). 

Trabalho de Doppeldenk (ALE)
Legenda: Trabalho de Doppeldenk (ALE)
Foto: Sal Filmes/Junior

Além dos artistas Ise e Xoras (ambos de SP), participaram 100 nomes selecionados por meio do Instagram do Concreto. Para efetivar esse momento de troca, a produção disponibilizou tintas e spray para os participantes. 

Iracema de cores 

A poucos metros dessa intervenção, os 155 anos da Biblioteca Estadual do Ceará ganharam poesia pelas cores de Otavio Rodrigues, terroristas del amor, Amanda Nunes, Brooks, Marquinhos Abu e Franklin Stein.  

Shiko (PB)
Legenda: Shiko (PB)
Foto: Alan Sousa

Na mesma Praia de Iracema, o Concreto também atravessou as paredes do Porto Iracema das Artes e Centro Dragão do Mar de Arte de Cultura (CDMAC). No primeiro espaço, o público pode conferir as artes do paraibano Shiko, do cearense Rafael Limaverde e da piauiense Luna Bastos

Shiko celebrou a cultura de Lia do Itamaracá. Já Limaverde realizou o mural "Galdino, o Fazedor de Bestas", que se inspira no expoente da escultura fantástica brasileira, Manoel Galdino. Luna Bastos reverenciou a poesia da música "Menina Passarinho", de autoria da cantora e compositora Cátia de França. 

Arte de Rafael Limaverde
Legenda: Arte de Rafael Limaverde (CE)
Foto: Sal Filmes/ Junior

O duo alemão Doppeldenk transformou uma parte externa do CDMAC com sua produção vibrante, marcada pelo traço preciso e as formas geométricas.O Dragão do Mar também contou com arte produzida pelo paulista Onesto.

O formato da oitava edição, composta por diferentes etapas, facilita o intercâmbio entre as artistas presentes no Festival Concreto. “Essa abertura no tempo está possibilitando novos encontros, novas possibilidades e a gente tá abraçando e vendo aonde vai dar”, aponta em nota, o artista urbano e idealizador do evento, Narcélio Grud. 

Arte de Onesto
Legenda: Arte de Onesto (SP)
Foto: Junior