Morre Nélida Piñon, 1ª mulher a presidir Academia Brasileira de Letras, aos 85 anos

Morte não teve causa divulgada oficialmente

Nélida Piñon, escritora e acadêmica brasileira, morreu neste sábado (17) aos 85 anos, na cidade de Lisboa, em Portugal. Ela foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 100 anos e ocupava a Cadeira 30 da entidade. Ela foi eleita em julho de 1989. As informações são do g1.

A causa da morte de Nélida não foi divulgada oficialmente até a publicação desta matéria. Entretanto, conforme informações do atual presidente da ABL, Merval Pereira, ela passou por uma cirurgia de emergência por conta de problemas nas vias biliares, mas não resistiu às dificuldades do tratamento.

Em entrevista ao canal GloboNews, ele lamentou a morte da escritora. "É uma perda para a literatura brasileira. Era, provavelmente, a maior escritora viva do País", definiu.

A ABL declarou, ainda neste sábado (17), que o sepultamento ocorrerá no mausoléu da entidade. Além disso, a previsão é de que haja uma Sessão da Saudade no dia 2 de março de 2023 em homenagem ao legado deixado por ela.

Vida e carreira

Nascida no Rio de Janeiro em 1937 e formada em Jornalismo, Nélida Piñon passou pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Foi a primeira mulher do mundo a presidir uma academia de letras, teve mais de 20 livros publicados e ainda viveu com obras traduzidas em mais de 30 países.

Para além disso, venceu dezenas de prêmios, nacionais e internacionais, e chegou a ser correspondente no Brasil da revista "Mundo Nuevo", de Paris.

Na carreira, teve o primeiro romance publicado em 1961, o "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo". Já em 1972, lançou "A Casa da Paixão", considerado um de seus melhores e mais conhecidos do gênero do mundo.

Nélida foi a 5ª ocupante da cadeira 30 da ABL, que tem como patrono Pardal Mallet. Os outros ocupantes foram Pedro Rabelo (fundador), Heráclito Graça, Antônio Austregésilo e Aurélio Buarque de Holanda.

Entre os prêmios de Nélida, estão o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995, o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991, e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A República dos Sonhos”.