Falecido nesta terça-feira (22), Erasmo Carlos deixou a esposa Fernanda Passos, mas este não foi o primeiro casamento do cantor. Na década de 1970, o Tremendão casou com a paisagista Sandra Saionara Saião Lobato Esteves, mais conhecida como Narinha.
O relacionamento, porém, teve fim em 1991. Quatro anos depois, no final de 1995, Nara cometeu suicídio - era a terceira tentativa, aos 49 anos.
Do relacionamento, o casal teve três filhos, Leonardo Esteves, Gil Eduardo Esteves e Alexandre Pessoal, que faleceu após um acidente de moto em 2014.
“Até hoje, nem eu nem meus filhos temos ideia do motivo que a levou ao suicídio. Foi um golpe grande”, declarou Erasmo, anos depois sobre a perda.
Em março de 83, Erasmo falou em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste sobre como o relacionamento amoroso mudou sua produção artística.
Estou casado com Narinha há doze anos. Isto é Bodas de Ouro no mundo dos artistas. Sua presença veio modificar vários conceitos. Mudei de concepção, então a mudança musical no meu repertório seria inevitável, porque todo esse processo foi lento. Hoje sou um eterno romântico
Narinha foi parceira de Erasmo na composição de "Mulher (Sexo frágil)", primeira faixa do disco homônimo gravado em 1981. Ela aparece nas imagens da capa em contracapa em foto que gerou polêmica. Com Narinha também escreveu "Geração do Meio".
É a Nara que Erasmo atribui a mudança de perspectiva com relação ao machismo. "(Mudei) quando casei. Comecei a mudar minha vida, tive filhos. Depois que minha mulher morreu, levava na escola, tinha reunião de pais, viajava com eles, levava no parquinho, fazia tudo", contou em entrevista à Revista Trip.
Música em homenagem
Após a morte da amada, Erasmo escreveu com o parceiro Roberto Carlos a canção "É preciso saber viver". Compondo, foi a forma que encontrou para lidar com a dor.
"Toda pedra do caminho você deve retirar. Numa flor que tem espinhos, você pode se arranhar. Se o bem e o mal existem, você pode escolher. É preciso saber viver", é o que diz em alguns versos.
Erasmo disse, em entrevista à Trip, que a morte de Nara foi um dos piores momentos da vida dele e que os filhos foram um grande suporte. "Eles me ajudaram muito. As pessoas comentavam: 'fiquei impressionado com a união de vocês'. Era o abraço amigo, o carinho de um pelo outro".