A pesquisa "Hábitos Culturais II" explica o comportamento dos brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Divulgado nessa quinta-feira (22), o estudo promovido em conjunto pelo Itaú Cultural e Datafolha aponta que, no último ano, o consumo de atividades culturais online cresceu no País.
A segunda edição do levantamento ouviu 2.276 pessoas entre os dias 10 de maio e 9 de junho. No comparativo com o estudo divulgado em 2020, o acesso a estes conteúdos aponta uma população ainda mais presente no meio virtual.
76% dos entrevistados informaram que passaram a se conectar diariamente. Em 2020, o índice era de 71%. Teatro, dança e música foram as atividades culturais mais procuradas no ambiente on-line.
Vale destacar que 80% dos que assistiram estas produções pretendem seguir com a prática mesmo no pós-pandemia. A pesquisa cita o avanço dos podcasts. Em 2020, 24% informaram usar plataformas do gênero. O índice subiu para 39%.
Na preferência dos brasileiros, ainda constam os jogos eletrônicos (salto de 32% para 43% no percentual), filmes e séries (68% para 75%), cursos livres (de 35% para 41%) e leitura de livros digitais (36% para 40%).
Reação do mercado
Para o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, o aumento da procura sinaliza que o mercado cultural do Brasil reagiu aos desafios da pandemia.
A produção adaptada para o meio virtual encontrou uma "audiência ávida por entretenimento, reflexão e novas experiências”, argumenta o gestor em nota.
Entretanto, nem todas as atividades ganharam mais adeptos. Houve recuo de visitas on-line a exposições e museus (de 16% para 11). Populares no início da pandemia, os webinares perderam força, com queda de 30% para 27%.
Arte e qualidade de vida
Outra aspecto investigado é o impacto das atividades culturais na saúde mental dos entrevistados. Para 44% dos que realizaram ao menos uma atividade cultural ao longo dos últimos 12 meses, o acesso à arte melhorou a qualidade de vida.
48% dos participantes relataram diminuição do estresse e ansiedade. Já 55% descrevem melhora no relacionamento com outras pessoas da casa onde moram.
A diminuição da solidão foi percebida por 49% (o dado anterior era de 54%) e 51% relataram melhoras quanto à sensação de tristeza.
“A cultura provou, durante a pandemia, que é um poderoso espaço de acolhimento e de promoção do bem-estar social, com forte impacto na saúde mental", completou Eduardo Saron.