A rede social Bluesky ganhou quase dois milhões de novos usuários brasileiros desde a última sexta-feira (30), quando ocorreu a suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil, por decisão de Alexandre de Morais, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota à BBC News Brasil, a plataforma, criada em 2019 como um projeto interno do Twitter, informou que o número de novos usuários "cresce a cada minuto" e que a rede social também atingiu recorde de interações nas últimas horas. Entre sexta-feira e sábado, o idioma português (73,7) superou o inglês entre as línguas mais utilizadas para publicar mensagens, segundo dados da própria Bluesky.
"Brasil, você está estabelecendo novos recordes de atividade no Bluesky!", anunciou a plataforma. No sábado (31), após comemorar o crescimento de usuários no país, a conta oficial da rede social publicou: “Agora este é um aplicativo brasileiro”.
A plataforma informou ter alcançado 7,6 milhões de usuários no mundo todo. Atualmente, o número de brasileiros representa 25,4% da base da Bluesky.
O que é a rede Bluesky?
A Bluesky é uma rede social criada por Jack Dorsey, fundador do antigo Twitter, hoje X. Criada em 2019, a plataforma tem uma funcionalidade parecida com as primeiras versões do Twitter, permitindo postagens com apenas 300 caracteres, além de permitir republicações e compartilhamento de fotos e textos.
A rede ainda oferece aos usuários a utilização do endereço de domínio da web como identificador no serviço. Há também a possibilidade de autoverificação e a liberdade de mudar para um servidor ou serviço diferente com o mesmo nome de usuário.
Para abrir uma conta, é necessário fazer um cadastro com e-mail.
Suspensão do X
Por fechar seu escritório no Brasil desde 17 de agosto, o 'X' não tem mais representantes legais no país. Na quarta-feira (28), o STF intimou Elon Musk a apresentar, em 24 horas, um representante legal da empresa no País.
Como a ordem não foi cumprida, o ministro Alexandre de Moraes informou que as atividades da rede social devem ser suspensas no Brasil, ao menos “até que as ordens judiciais sejam efetivamente cumpridas e as multas diárias, quitadas”.
O ministro também impôs uma multa diária de R$ 50 mil para quem utilizar a rede social. Inicialmente, Moraes também havia proibido que lojas virtuais como Apple e Google disponibilizassem aplicativos de VPN. No entanto, ele recuou dessa decisão, permitindo que os serviços de VPN continuem disponíveis para evitar “transtornos desnecessários e reversíveis" a terceiros.
Neste ano, o STF incluiu o bilionário Elon Musk no inquérito que tratava sobre milícias digitais e abriu outra investigação para apurar um suposto descumprimento de medida judicial.
O ministro do STF relata inquéritos sobre a atuação do dono da plataforma em campanhas de desinformação contra as instituições brasileiras. A rede social vem se recusando a derrubar perfis bloqueados por Moraes em investigações sobre a disseminação de notícias falsas e de ataques às instituições.