Menina de 3 anos é a terceira vítima morta por envenenamento no Piauí

Ao todo, nove pessoas da mesma família passaram mal e deram entrada em uma unidade de emergência após almoço do dia 1º de janeiro

(Atualizado às 12:40)

Uma criança de três anos é a terceira pessoa a morrer vítima de envenenamento, na mesma família, em Parnaíba, no Piauí. Lauane da Silva, de três anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (6) no Hospital de Urgência de Teresina. A menina comeu arroz envenenado com uma substância tóxica semelhante ao "chumbinho". 

De acordo com o G1, nove pessoas da mesma família passaram mal e deram entrada em uma unidade de emergência após almoçarem no dia 1º de janeiro. Um jovem de 18 anos, um bebê de um ano e oito meses, além de Lauane, morreram vítimas do envenenamento. A mãe de Laune, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e a irmã dela, uma menina de quatro anos, seguem internadas. Outras quatro pessoas foram hospitalizadas, mas já receberam alta.

O laudo feito pela perícia do Instituto de Medicina Legal (IML) sobre a comida ingerida pela família mostrou que havia veneno no baião de dois preparados por eles no dia anterior. Por esse motivo, a polícia investiga o caso como homicídio.

Como aconteceu?

Na noite de Réveillon, os membros da família comemoraram a passagem de ano com uma ceia, com carne, feijão-tropeiro e baião de dois. Quando todos comeram e as comemorações acabaram, todos se retiraram para dormir.

No dia seguinte, um casal que trabalha com doações de alimentos entregou à família peixes que também haviam sido distribuídos na região. Assim, a família fritou os peixes e reaproveitou o que sobrou da comida da noite anterior. Pouco tempo depois, todos se sentiram mal. 

A polícia segue investigando o caso, em busca de descobrir quem cometeu o crime. Segundo o diretor do IML, o veneno foi colocado em grande quantidade no baião de dois, com grânulos visíveis no arroz. Já no peixe doado nada foi encontrado, e o casal que fez a doação não é mais considerado suspeito pela Polícia.

Qual o veneno encontrado? 

A substância identificada foi o veneno "terbufós", pertencente à classe dos organofosforados, amplamente utilizado como inseticida e nematicida no combate a pragas agrícolas. 

O composto afeta o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos, provocando sintomas como tremores, crises convulsivas, dificuldades respiratórias e cólicas. Os efeitos se manifestam rapidamente após a exposição, podendo gerar sequelas neurológicas permanentes e levar à morte.

O mesmo veneno foi usado em 2024 no envenenamento de dois irmãos, de 7 e 8 anos, que ingeriram cajus contaminados com a substância, entregues por um vizinho. A mulher foi presa e respondeu por duplo homicídio qualificado.