Um casal de turistas de São Paulo que se hospedou em um flat no OKA Beach Residence, um resort na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, descobriu que uma câmera estava instalada em frente à cama do quarto. A descoberta foi registrada em boletim de ocorrência e está sendo investigada pela Polícia Civil de Pernambuco.
"É uma situação muito sensível, que envolve a intimidade do casal", disse ao G1 o advogado dos hóspedes, Roque Henrique Campos. Segundo ele, os clientes não querem ser identificados por temerem a exposição. A esposa, por exemplo, está abalada, com medo de que as imagens íntimas do casal se tornem públicas, e está sendo acompanhada por um médico psiquiatra.
A ocorrência está sendo investigada como crime de "registro não autorizado de intimidade sexual", que trata de "produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes". A pena é prisão de seis meses a um ano e multa.
O casal esteve hospedado no flat do dia 13 até a última quarta-feira (17). Eles ainda estavam viajando com outras duas amigas.
Como o casal descobriu a câmera escondida?
De acordo com o G1, o casal descobriu a câmera escondida na terça-feira (16), quando a esposa ouviu um barulho próximo à televisão e encontrou o que parecia ser um receptor de tomada, mas não conseguia colocar carregador no local. Depois de examinar o espaço com a lanterna do celular, ela percebeu que se tratava de uma câmera e chamou o marido, que pesquisou a foto do aparelho na Internet e descobriu que era uma "câmera espiã".
O advogado dos dois, Roque, afirmou que a descoberta foi comunicada imediatamente à gerência do resort, que solicitou a um funcionário ir ao flat fazer imagens do objeto.
A denúncia foi formalizada na Delegacia da 43ª Circunscrição, em Porto de Galinhas, no mesmo dia.
O conteúdo registrado no aparelho segue em análise pela Polícia. Contudo, o advogado do casal adiantou que medidas judiciais serão tomadas para evitar que possíveis imagens sejam vazadas ou vendidas ilegalmente.
O casal também avalia processar a Carpe Diem, empresa que administra o resort, e a plataforma de reserva de acomodações Booking, por onde fecharam a hospedagem.