Polícia de Goiás investiga médico suspeito de dopar namorada e fazer aborto sem consentimento
Segundo a denunciante, ela foi atraída para outra cidade sob o pretexto de que iriam ter uma "lua de mel"
Uma mulher de Goiânia acusa o namorado médico de ter realizado nela um aborto sem consentimento. O fato, que teria ocorrido na última terça-feira (29), em Pirenópolis, no interior de Goiás, se tornou público nesta sexta-feira (1º).
Conforme publicou o portal Metrópoles, a vítima disse para a Polícia Civil que estava grávida de três meses e foi convidada pelo parceiro para uma “lua de mel” no município turístico. Chegando ao local, ela foi submetida ao procedimento.
Veja também
Conforme o depoimento dela, o rapaz teria colocado comprimidos em sua genitália para que a gestação fosse interrompida. Ela contou também que foi agredida pelo homem dentro do quarto de um hotel.
O delegado Tibério Martins, da Delegacia de Pirenópolis, disse ao Metropóles, que a equipe policial esteve no local, no entanto, o suspeito já havia saído. A Polícia informou ainda que a jovem pediu ajuda a uma irmã, que foi ao encontro dela na cidade.
Já na capital goiana, ao ser atendida em uma clínica médica, foi constatada a presença de sangramentos. Os profissionais que atenderam a mulher encontraram dois comprimidos dentro do canal vaginal dela. O feto então foi removido.
Após o atendimento médico, ela foi até a Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher (Deam). Na unidade, ela alegou que ficou sonolenta após tomar um suco servido a ela pelo namorado. Ao acordar, ela o flagrou colocando os comprimidos em sua vagina.
Investigações continuam
“Esse foi o motivo da briga entre eles, mas ela não contou isso aqui inicialmente, aqui em Pirenópolis, ela só contou a história completa em Goiânia. O caso agora vai depender de um laudo médico para comprovar se o aborto aconteceu em Pirenópolis ou em Goiânia, a depender da quantidade de remédio que ele introduziu nela, e isso vai determinar por onde ele será conduzido”, disse o delegado de Pirenópolis.
O policial informou que amostras de sangue também foram coletadas, a fim de identificar qual substância foi usada pelo autor do crime para que a vítima ficasse inconsciente e também que tipo de medicação abortiva ele aplicou nela.
“Ela engravidou e ele propôs aborto para ela, mas ela não quis. Ela disse que assumiria a situação e que ele não precisaria ter nenhum compromisso como casal, mas que ela fazia questão do filho, a família dela estava muito feliz e dava apoio a gravidez”, contou Tibério.
“Ele tentou convencê-la de que havia mudado de ideia, de que viveriam o momento juntos e a convidou para ir à Pirenópolis, mas quando chegaram à pousada, aconteceu tudo isso que ele já estava planejando e ele provocou esse aborto”, completou.
A identidade do médico não foi revelada e ele não foi detido. Ele deve ser investigado por provocar aborto sem consentimento da gestante, cuja pena pode variar de 3 a 10 anos de reclusão, além de outros crimes que eventualmente estejam no contexto da ocorrência, disse a Polícia.