Tiroteio durante operação policial deixa pelo menos 25 mortos no Jacarezinho, no Rio de Janeiro

Entre as vítimas, 24 eram alvos da ação e um era um policial civil. Troca de tiros próximo a metrô deixou dois passageiros feridos

Pelo menos 25 pessoas morreram e várias ficaram feridas durante um tiroteio no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (6). As informações são do site G1.

A troca de tiros aconteceu durante a Operação Exceptis, que apura o aliciamento de menores de idade para a prática de assassinatos, roubos e sequestros de trens da Supervia. Segundo a Corporação, o tráfico na região usa táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.

De acordo com a Polícia, um agente identificado como André Frias e 24 suspeitos morreram na ação. Outras duas pessoas, passageiras do metrô, foram baleadas na altura da estação Triagem.

Após a Justiça autorizar quebra de dados telemáticos, foram identificados 21 membros do grupo criminoso, responsáveis por garantir o domínio territorial da área.

Tiros no metrô

Às 6h45, a TV Globo conseguiu fazer imagens do momento em que policiais avançavam sobre os trilhos da Supervia e do metrô. 

Trinta minutos depois, às 7h45, suspeitos foram vistos em fuga pulando de laje em laje. Eles portavam fuzis e passavam as armas de mão em mão ao mesmo tempo em que corriam pelos telhados das residências.

Vítimas

Um dos mortos é um agente da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), que foi atingido com um disparo na cabeça. Outros dois policiais ficaram feridos, sendo um da Dcod e outro da Coordenadoria de Operações Especiais (Core). 

Além dos civis, dois passageiros que estavam dentro de um vagão da Linha 2 do metrô também foram atingidos após uma bala perdida alcançar uma janela. 

Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos outros feridos.

Suspensão

Por causa da ocorrência, a Linha 2 do metrô e os ramais de Saracuruna e de Belford Roxo da Supervia foram afetados. 

Moradores do Jacarezinho relataram que o tiroteio os impossibilitou de saírem de casa, entre eles uma mulher que não conseguiu ir ao próprio casamento marcado para 9h. Ela conta que estava se maquiando quando os disparos começaram.

A mulher também disse que as ruas e vielas da comunidade ficaram vazias, e apenas som de helicópteros e às vezes de tiros e explosões de bombas predominavam na área.

Além dela, uma grávida com cesariana agendada para esta manhã também não conseguiu sair de sua residência em razão dos tiros.

O confronto também acarretou o fechamento da Clínica da Família Anthidio Dias da Silveira e de outros dois postos de vacinação contra a Covid-19 na área.