Supermercado faz acordo avaliado em R$ 6 milhões após caso de tortura por furto de carne

Sessão de tortura aconteceu em supermercado da rede UniSuper no Rio Grande do Sul em 2022

Após seguranças realizarem sessão de tortura por furto de carne, a rede de supermercados UniSuper firmou um acordo de R$ 6,4 milhões com a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. O caso aconteceu em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 2022. Funcionários da empresa torturaram dois homens que teriam furtado pedaços de picanha do estabelecimento.

O valor do acordo será destinado a ações de combate à violência, à tortura, à discriminação e à insegurança alimentar, incluindo campanhas internas e externas, além de criação de uma ouvidoria independente e a oferta de bolsas de estudo e cestas básicas a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

A rede se comprometeu a realizar treinamentos com todos os funcionários com foco no combate à violência, à tortura, à discriminação, o respeito à diversidade e riscos da abordagem violenta no desempenho das atividades de segurança.

Relembre o caso

No dia 12 de outubro, dois homens foram levados por seguranças para o depósito do UniSuper de Canoas, após terem supostamente furtado pedaços de picanha. Mesmo após devolver a mercadoria, a dupla foi espancada por 45 minutos pelos funcionários. Os homens só foram liberados após pagarem uma quantia em dinheiro superior ao valor da carne. Um deles ficou ferido gravemente e precisou ser colocado em coma induzido. 

Sete funcionários foram indiciados por tortura e cinco deles por crime de extorsão mediante sequestro. Segundo o inquérito, as abordagens violentas eram comuns no estabelecimento.