Há uma força-tarefa montada em busca de Lázaro Barbosa de Sousa, suspeito de uma série de crimes no Distrito Federal e em Goiás. Ele está sendo foragido desde 2016 e tem extensa ficha criminal, segundo a polícia.
Desde semana passada, Lázaro realiza uma série de ataques em casa e chácaras e matou quatro pessoas de uma mesma família. Nas redes sociais, o suspeito é popularizado como 'serial killer de Brasília'.
A polícia descreve o homem com um 'psicopata imprevisível. Veja o que se sabe sobre ele:
Quem é?
Lázaro Barbosa de Sousa tem 32 anos. Ele nasceu em Barra dos Mendes, no interior da Bahia. Segundo a secretaria da Segurança Pública da Bahia, o homem foi preso em 2007, na cidade natal, acusado de duplo homicídio.
O Tribunal da Justiça aponta que seu último endereço registrado é de uma casa em uma rua residencial, próximo a um canteiro extenso em Barra dos Mendes, na Bahia. Ele não vive lá a pelo menos vinte anos, conforme o Correio Braziliense.
Em 2009, Lázaro foi detido no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília, por porte ilegal de arma de fogo, estupro e roubo. Nessa penitenciária, foi diagnosticado como 'psicopata impressível', devido agressividade, impulsividade e instabilidade emocional.
Anos depois, em 2014, a Justiça autorizou a conversão da prisão para regime semiaberto. Em 2016, Lázaro sumiu do radar da Justiça e foi considerado foragido.
Ele foi encontrado em Goiás, em 2018, e novamente preso por porte ilegal de arma de fogo. Em julho do mesmo ano, fugiu novamente.
Crimes mais recentes
Em 2020, após anos foragido, Lázaro foi indiciado pelo roubo de quatro idosos e tentativa de latrocínio, em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás.
Há também informações de que ele estuprou uma mulher de 39 anos, em Sol Nascente (DF), em abril. Já em 17 de maio, teria invadido uma chácara e feito os moradores reféns.
Agora, o homem está sendo intensamente procurado pela série de ataques realizados desde a semana passada. Lázaro é suspeito de matar quatro pessoas de uma mesma família, em 9 de junho, em Ceilândia (DF).
Nos dias seguintes, Lázaro invadiu uma série de casas da região, fez reféns, incendiou carros e reagiu à procura policial.
A força tarefa para capturá-lo inclui as secretarias de segurança pública de Goiás, do Distrito Federal e as polícias rodoviária estadual e federal. Há equipes a procura do suspeito 24h, segundo as autoridades.
Veja a linha cronológica da caçada por Lázaro, segundo a polícia
9 de junho
Ele teria assassinado Cláudio Vidal, 48, e Cleonice Marques, 43, e os dois filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Eduardo Marques Vidal, 15. Cleonice chegou a ficar desaparecida e foi encontrada sem vida, a 8 km da chácara onde a família morava, no Sábado (12).
10 de junho
Após os homicídios, na manhã de quinta-feira (10), Lázaro teria entrado em uma casa a cerca de 3 km da família Marques Vidal. Ele fez reféns a proprietária da chácara, Sílvia Campos, e o caseiro, identificado como Anderson.
Ele roubou mais de R$ 200, celulares, carregadores e uma jaqueta. Lázaro obrigou as vítimas a fumarem maconha.
11 de junho
Lázaro fez mais um refém e roubou um carro Fiat Pálio, em Ceilândia. Ele partiu para a cidade de Cocalzinho, em Goiás, e incendiou o veículo. As investigações apontam que ele contou com a ajuda de um comparsa na cidade.
12 de junho
O homem fez mais um refém, o caseiro de uma chácara onde passou a tarde. Ele bebeu, obrigou o homem a fumar maconha e destruiu o carro da vítima. Horas depois, invadiu uma outra chácara e baleou três pessoas.
Lázaro roubou duas armas de fogo e fugiu novamente. Ele foi encontrado pelos policiais, houve troca de tiros, mas conseguiu escapar.
13 de junho
Lázaro Barbosa avistou uma viatura da polícia por volta das 18h30 deste domingo, próximo ao município de Edilândia (GO), e fugiu por uma área de mata. Ele abandonou um carro roubado, onde foi encontrado um carregador de munições.
Os policiais conseguiram se aproximar do suspeito após um dono de chácara relatar que teve o carro roubado, e a residência revirada.
14 de junho
Lázaro invadiu uma propriedade rural em Edilândia, em um povoado de Goiás, e trocou tiros com um funcionário. Após falar com a vítima, a polícia acredita que Lázaro foi baleado, mas não há confirmação.
15 de junho
Lázaro manteve uma família refém em uma fazenda de Edilândia (GO). Segundo a polícia, uma das vítimas conseguiu mandar mensagem para um policial pedindo ajuda. Houve tiroteio e Lázaro baleou um dos agentes, e conseguiu fugir.
No mesmo dia, câmaras de segurança flagraram o homem dormindo em uma fazenda de Cocalzinho, cidade próxima.
Serial killer?
A série de ataques realizados por Lázaro em um curto espaço de tempo e as informações divulgadas pela polícia sobre sua personalidade levaram os internautas a chamarem o suspeito de 'serial killer'.
Um assassino em série é aquele que comete crimes com determinada frequência e tem um 'modus operandi' para agir, com características do crime que representam sua marca.
A criminologista especialista em serial killers Ilana Casoy, que escreveu um roteiro sobre o caso de Suzane von Richtofen, afirmou ao portal G1 que esse não é o momento de definir o perfil psicológico de Lázaro.
"Ele é um fugitivo e precisa ser parado, ser preso porque é um cara de alta periculosidade, de grande experiência e está matando no caminho. Não é hora de pensar se ele é um serial killer, se teve uma infância traumática ou não, se ele é frio, psicótico, esquizofrênico, psicopata", afirmou.
Facilidade para fugir
Mesmo com mais de 200 policiais a sua procura, Lázaro consegue se manter escondido e fugiu das forças de segurança algumas vezes.
Segundo a polícia, o homem tem experiência de andar e viver em zonas de mata. Ele teria prática desde novo, ainda em sua cidade natal, na Bahia.
O secretário da Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, ressaltou que ele está tendo mais dificuldades, devido ao cerco policial. A pasta afirmou que não irá sair da região de Cocalzinho de Goiás, onde ele foi visto pela última vez, até capturá-lo.
"Ele já está com mais dificuldades de conseguir alimentos. Ele geralmente sai da mata atrás de comida. Ontem ele tentou e inclusive levou algumas vítimas para a beira do rio e nós conseguimos evitar que o mal acontecesse, graças às nossas estratégias", afirmou Miranda.