A Polícia Federal detalhou que o influenciador fitness Renato Cariani já desconfiava, há alguns meses, de que era alvo de uma investigação. A informação supostamente contraria a declaração dada pelo empresário, que nessa terça-feira (12) disse ter sido "surpreendido em casa" pela operação que apura o envolvimento de uma empresa dele em um esquema de tráfico de drogas.
Em mensagens interceptadas pelos agentes de segurança, Cariani comenta com a sócia do empreendimento sobre a possibilidade de estarem sendo investigados. As informações foram divulgadas pelo g1.
"Poderemos trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia", escreveu ele. Pelo contexto do diálogo, a Polícia diz que o fisiculturista sabia que era alvo das autoridades.
Em outra conversa, a sócia disse ao influenciador que era possível retirar rótulos dos produtos para ludibriar a fiscalização e as investigações.
Em pronunciamento nessa terça-feira, o influenciador afirmou que a empresa é toda "regulada".
Notas falsas e desvio de produtos
A Anidrol, indústria química que fica em Diadema (SP), é um dos alvos da força-tarefa deflagrada nesta terça. Cariani é um dos sócios da empresa. Segundo a PF, ao todo foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná.
As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras.
Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da Organização Criminosa alvo da operação.
Ao todo, o grupo alvo é suspeito de desviar 12 toneladas de produtos químicos para a produção de crack, entre eles, fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. O total corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para o consumo.