O garçom Reinaldo Bezerra Junior busca conseguir na Justiça, há mais de dois anos, uma indenização da Gol Linhas Aéreas devido ao sumiço da cachorra Pandora. Ele foi vítima de negligência no transporte de animais no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no final de 2021. As informações são do g1.
Reinaldo e Pandora são do Recife, em Pernambuco, e viajavam para Navegantes, em Santa Catarina, onde passariam algum tempo antes de embarcar para a Suíça. O voo fez uma conexão em São Paulo e lá o animal se perdeu no dia 15 de dezembro. Ela foi reencontrada após 45 dias de buscas e estava desidratada e desnutrida, conforme o tutor.
O pernambucano não saiu de Guarulhos durante o período em que sua cachorra ficou sumida, tendo participado ativamente das buscas. Por conta do sumiço, Reinaldo precisou cancelar uma viagem para a Suíça, onde ele tinha uma proposta de emprego como chapeiro.
Na época, ele colocou uma recompensa de R$ 7 mil para quem achasse a cadela. Por conta disso, chegou a receber uma pista falsa e foi rendido por um grupo armado, que exigiu o valor para liberá-lo.
“Só fui solto porque agi com muita calma e disse que a Polícia estava me ajudando na procura do bicho e sabia onde eu estava. Um dos criminosos me reconheceu e disse: ‘ih, é o rapaz da cachorra que apareceu no Fantástico’. Depois disso, resolveram me soltar, com o compromisso que eu não denunciasse o local onde fui amarrado”, comentou.
INDENIZAÇÃO
Devido aos percalços e dificuldades, Reinaldo acionou a Justiça para receber uma indenização de R$ 320 mil por conta dos danos pessoais e psicológicos do período. O processo envolve a empresa aérea Gol e a concessionária GRU Airport.
O tutor de Pandora e a mãe dele precisaram se mudar para Guarulhos. Ele aponta que não tem condições financeiras para arcar com idas e vindas para São Paulo, por conta das audiências do processo.
Conforme o advogado da defesa de Reinaldo, Leandro Petraglia, o processo segue ainda na 1ª instância porque as empresas solicitaram uma perícia nas despesas clínicas da cachorra.
A Gol e a GRU Airport informaram que não vão comentar processos judiciais em andamento.
NOVA OCORRÊNCIA
Nesta semana, um novo caso envolvendo a Gol foi registrado, o que reacendeu o debate acerca da regulamentação das viagens de pets. Um cachorro de cinco anos da raça Golden Retriever morreu após um erro de destino de um voo da companhia.
Chamado de Joca, o cão deveria ir de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, no Mato Grosso, destino do seu tutor, João Fantazzini. Por erro da companhia, no entanto, o animal foi transportado para Fortaleza, no Ceará, e somente depois levado de volta para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. No local, ele foi encontrado pelo dono já sem vida.
Nesta semana, por meio da página criada para mostrar o dia a dia de Pandora, Reinaldo compartilhou um vídeo do cachorro Joca sendo encontrado sem vida pelo tutor e desabafou sobre a situação. "Até quando iremos sofrer com esse tipo de descaso das companhias aéreas brasileiras, até quando querem por mordaças e vendas", declarou.
MEDIDAS
Por conta do caso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, na quarta-feira (24), ter instaurado processo administrativo para apurar os motivos que levaram à morte do cachorro.
Em reunião com representantes da GOL, Latam, Azul Linhas Aéreas e Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) nesta semana, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a Anac definiram ações para aperfeiçoar os procedimentos relacionados ao tema. As medidas incluem a criação da Política Nacional de Transporte Aéreo de Animais (PNTAA) e o estudo da possível implementação do serviço de rastreabilidade de animais.
Após a morte de Joca, a Gol suspendeu por 30 dias, a partir da quarta-feira (24), o serviço de transporte de cães e gatos para viagens no porão das aeronaves. Segundo a Gol, o objetivo é concluir o processo de investigação do caso.