Previdência Social diz que são falsos laudos de médico do INSS com 'bla, bla, bla'

Ministério afirma que vai tomar medidas para identificar e responsabilizar os envolvidos na falsificação do documento

Após a repercussão de um laudo da Previdência Social, em que o médico escreveu repetidamente a expressão "bla, bla, bla" — ao negar auxílio-doença a um serralheiro — a instituição se pronunciou declarando que o documento era falso. A informação foi divulgada pelo g1, nesta terça-feira (15). 

Conforme o Ministério da Previdência Social, o documento não existe na base de dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O órgão disse ainda que vai tomar as providências para identificar e responsabilizar os envolvidos na falsificação do documento público oficial 

O serralheiro que pediu o auxílio-doença contou que faz uso de bebida alcoólica desde os 12 anos e relatou o agravamento dessa dependência química, com surgimento de ansiedade e insônia. Por isso, ele pediu o benefício, que foi negado devido à inexistência de “incapacidade laborativa”.

Análise administrativa

O Ministério informou que a última perícia médica, feita em abril deste ano, reconheceu a incapacidade laboral do serralheiro. Entretanto, segundo a Previdência, em análise administrativa feita pelo INSS, o homem não tinha direito ao benefício "por não ter a qualidade de segurado".

A Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), que foi procurada pelo serralheiro após receber as negativas com as referidas justificativas, disse à TV Anhanguera que vai continuar acompanhando o caso. A entidade afirmou que o responsável pela falsificação deve ser identificado.

Veja nota na íntegra do INSS:

"O Ministério da Previdência Social informa que o Laudo Médico Pericial referente ao Sr. Edson de Sousa Cruz é falso. Em consulta à base de dados do INSS verifica-se que o documento exibido na matéria não existe.

Informamos ainda que no último laudo médico pericial, emitido em abril deste ano, a perícia médica reconheceu a incapacidade laboral do segurado. No entanto, em análise administrativa feita pelo INSS, o Sr. Edson não tinha direito ao benefício por não ter a qualidade de segurado.

O Ministério da Previdência Social tomará as devidas providências para identificar e responsabilizar os envolvidos na falsificação do documento público oficial".