A Polícia Civil informou que não existem culpados pelo deslizamento de cânion, em Capitólio. De acordo com as informações do G1, a corporação disse que o acidente foi um "evento natural" e pediu o arquivamento do inquérito, pois "não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha".
Segundo a Polícia Civil, não foram identificados responsáveis: "nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa, se houvesse indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado", afirmou o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta.
Apesar de não ter indiciado ninguém, a Polícia Civil elaborou dez sugestões que serão encaminhadas aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região para melhorar a segurança do local.
Entre as sugestões estão o mapeamento das zonas de risco, a redução do número de embarcações permitidas nos cânions, o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil.
Sugestões da Polícia Civil:
- Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e em planta;
- Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro;
- Implementação do selo de identificação nas embarcações;
- Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/ cadastro deverá ser armazenado/ disponibilizado nos respectivos píeres;
- Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes;
- Maior integração entre os órgãos/ instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos;
- Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil;
- Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental;
- Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos;
- Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança.
Desabamento de um paredão de rochas
O desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, ocorreu no dia 8 de janeiro deste ano e deixou 10 pessoas mortas. Erosão do solo e infiltrações de água das fortes chuvas que atingem todo o estado de Minas Gerais podem ter sido as responsáveis pelo acidente, segundo apontaram especialistas.