A falsa vidente Diana Rosa Stanesco, de 37 anos, suspeita de envolvimento em um golpe de R$ 725 milhões contra uma idosa de 83 anos, foi presa nessa terça-feira (16), em Saquarema, no Rio de Janeiro. O pai dela, Slavko Vuletic, também entrou na mira da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti). A prisão dos dois integra a Operação Sol Poente.
Diana e seus familiares são investigados por se passarem por videntes para enganar, extorquir, roubar e ainda contribuir para o cárcere privado de Genevieve Boghici, cuja filha, Sabine Boghici, orquestrou o golpe para acessar parte da herança.
As apurações policiais apontam que Diana Rosa era procurada por ter sido a primeira vidente a abordar a idosa na rua alertando sobre uma falsa previsão de que sua filha estava muito doente, tinha uma doença incurável e morreria se não passasse por um trabalho espiritual.
"Como ela é mística e acredita no sobrenatural, e porque a filha sofre de depressão desde a adolescência e tinha tentado se matar, ela parou para escutar e seguiu com essa pessoa", afirmou o delegado titular Gilberto da Cruz Ribeiro.
Prejuízo
O falso trabalho espiritual iniciou com transferências de dinheiro, depois passou a cárcere privado da idosa e terminou com o roubo de quadros famosos, como a tela "Sol Poente", de Tarsila do Amaral, avaliada em R$ 250 milhões. Genevieve Boghici era casada com um colecionador e negociador de arte Jean Boghici. Após a morte do esposo, ela herdou as obras.
Ao todo, foram roubados e vendidos 16 quadros para galerias de arte. Um dos estabelecimentos, que fica em São Paulo, comprou três das obras com valor estimado em R$ 300 milhões. O trio foi recuperado. Pelo menos outras dez foram revendidas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), na Argentina.
Também participaram do plano criminoso a outra falsa vidente Rosa Stanesco, companheira de Sabine, além de Jacqueline Stanesco e Gabriel Nicolau, filho de Rosa. Eles estão presos temporariamente.
Segundo o G1, Diana tem aos menos 10 anotações criminais por abandono de intelectual, maus-tratos calúnia, estelionato, extorsão, falsidade ideológica, injúria por preconceito de raça ou cor, lesão corporal e roubo, cárcere privado e associação criminosa.