Utilizadas na investigação de acidentes aéreos, as caixas-pretas são essenciais para elucidar as causas de tragédias como a ocorrida em Vinhedo na última sexta-feira (9). Os dois equipamentos do voo ATR 72 da Voepass, no qual 62 pessoas morreram, já estão no Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), desde o sábado (10).
Embora possuam esse nome, as caixas-pretas são, na verdade, na cor laranja e feitas de titânio e aço, para facilitar a localização e a proteção do conteúdo. Elas pesam cerca de 4,5 kg e têm quatro partes principais, sendo elas:
- interface para proteger o dispositivo
- farol localizado subaquático
- unidade de memória de sobrevivência a choques.
- armazenamento de gravação, como chips
O material coletado nos equipamentos servirá também para prevenir tragédias semelhantes.
Nos equipamentos há ainda dois gravadores, sendo eles:
- Cockpit Voice Recorder (CVR): aparelho que salva as conversas entre piloto e copiloto, além do diálogo com os comissários de bordo e com o controle de tráfego aéreo.
- Flight data recorde (FDR): o dispositivo armazena informações e parâmetros da aeronave, como altitude, velocidade, posição das manetes, botões acionados, bem como outros detalhes técnicos.
Investigação do ATR 72
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou na manhã do último domingo (11) que todo o conteúdo das duas caixas-pretas encontradas no voo ATR 72.
Os detalhes da análise do Cenipa foram repassados pelo brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação, ao portal g1 e à TV Globo.
"Os dados foram obtidos, validados, e agora aguardamos a linha de investigação de nossos investigadores, que ainda se encontram aqui comigo, regressarem a Brasília para a gente começar a trabalhar na transformação desse número enorme de dados para a informação útil para a sociedade", explicou.
Além disso, os dois motores do avião serão submetidos à análise de potência relativa ao momento da queda. Um relatório preliminar da investigação vai ser apresentado em 30 dias, conforme o chefe do Cenipa.
Os dados dos dois gravadores de voo são muito relevantes para entender os detalhes do acidente. Um dos aparelhos grava áudio e o outro registra informações como a altitude e a velocidade durante o voo.