Um dos filhos de Erika de Souza Vieira Nunes, presa ao ser flagrada levando o corpo do tio, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, a uma agência bancária para tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele, diz que a mãe vem sendo "julgada injustamente pela sociedade" desde que caso começou a repercutir no país.
Em entrevista ao portal Uol, o homem afirma que Erika tinha problemas psiquiátricos e fazia uso abusivo de medicamentos controlados. "Ela tomava medicamentos para dormir. Mas estava fazendo uso abusivo desses remédios e transitava entre realidade e alucinações", disse o bombeiro Lucas Nunes dos Santos, de 27 anos, filho de Erika.
Segundo ele, a mãe estava dopada e desorientada quando informou sobre a morte do tio por telefone ainda no banco, em Bangu, no Rio de Janeiro. "Ela ligou chorando e disse: 'meu tio faleceu, estamos no banco'. Mas não conseguia falar de forma coerente, parecia desorientada. Como ela estava dopada, não dava para entender direito", contou.
Ainda conforme Lucas, ela sofre de transtornos psiquiátricos e tem alucinações. Em laudos entregues pelos parentes, dois psiquiatras indicam que Erika deveria ser internada. O primeiro, de 2022, argumenta que a paciente sofre de dependência em sedativos, tem quadro de depressão, pensamentos suicidas e alucinações auditivas. O outro, de 2023, também afirma que ela tem dependência em sedativos, além de hipnóticos.
A defesa de Erika afirma que o caso é consequência de um “surto de um efeito colateral”, uma vez que ela, segundo a advogada, tem depressão e toma remédios controlados. O pedido de liberdade condicional da mulher alega que ela tem uma filha que necessita de cuidados especiais.
ENTENDA O CASO
Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, foi presa em flagrante após levar o idoso Paulo Roberto Braga, de 68, a uma agência bancária para sacar um empréstimo, e o óbito do homem ser constatado no local. Ela passou por audiência de custódia na última quinta-feira (18) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
A mulher é acusada de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver. Érika alega que o homem, que ela diz ser seu tio, estava vivo quando chegou à agência bancária, em Bangu, no Rio de Janeiro. O médico do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que foi chamado por funcionários do banco para atender ao homem, atestou, no entanto, que ele já estava morto há algumas horas.
As imagens do momento repercutiram nas redes sociais e causaram espanto. Érika surge ao lado do idoso, que estava em uma cadeira de rodas, movimentando-o e pedindo para que ele assinasse um documento que aprovava a liberação de R$ 17 mil. Enquanto a mulher se esforçava para concluir o processo, agentes bancários se espantavam com a inércia do homem.
A mulher, que informou à polícia ser cuidadora e sobrinha dele, chega a dizer que ele "era assim mesmo". Ao perceberem que havia algo errado com a situação do homem, os funcionários chamaram o Samu.
A morte foi constatada por volta das 15h20 e o laudo, concluído na noite de quarta (17), aponta que o óbito ocorreu entre 11h30 e 14h30 da terça, por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca.