MP identifica uso de soda cáustica e água oxigenada em indústria de leite no Rio Grande do Sul

Segundo o g1, o local alvo do MP teria relação com a marca Dielat. Autoridades ainda detectara "pelos indefinidos" e pontos de sujeira nas embalagens dos produtos

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(Atualizado às 07:10, em 12 de Dezembro de 2024)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou, nesta quarta-feira (11), a operação Leite Compen$ado 13 contra a adulteração de produtos lácteos, com adição de itens como soda e cáustica e água oxigenada, em indústria no município de Taquara, no Vale do Paranhana. "Pelos indefinidos" e pontos de sujeira também foram detectados nas embalagens. 

Segundo o órgão, cinco pessoas foram presas no Estado e em São Paulo, entre elas um químico industrial reincidente no delito, conhecido como “alquimista” ou “mago do leite”. O local alvo da iniciativa teria relação com a marca Dielat, conforme informações do portal G1, dado não confirmado pelo MPRS, já que a Justiça ainda não autorizou a divulgação do nome das empresas. 

O promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, explicou que os produtos químicos eram acrescentados aos itens lácteos, como leite UHT, composto, leite em pó, soro, entre outros, para disfarçar a deterioração dos insumos.

"Sobre o composto lácteo, eles chegam a reprocessar o produto vencido para reutilizá-lo novamente. Já a água oxigenada ou peróxido de hidrogênio serve para matar micro-organismos e recuperar produto em deterioração. Isso sem falar da soda cáustica, que pode conter metais pesados, alguns, inclusive, cancerígenos", explicou. 

Ao todo, quatro pessoas foram presas no Rio Grande do Sul em cumprimento de mandado de prisão preventiva, sendo que o diretor administrativo da empresa também foi flagrado com uma arma de fogo, com numeração raspada. Uma funcionária também foi presa, na fábrica, em flagrante, por embaraço de investigação de organizações criminosas. Ela estava avisando outros colegas por mensagem para esconderem celulares. Em São Paulo, houve uma prisão em São José do Rio Preto.

Até a última atualização desta matéria, a Dielat não se manifestou sobre o caso. 

'Mago do leite'

O químico industrial conhecido pelos fraudadores como "mago do leite" ou "alquimista", que não teve a identidade revelada, foi preso nesta fase da operação, mas já havia sido detido na 5ª etapa da mesma ação. Em 2014, ele foi detido quando foi descoberta a sua participação na adição de soda cáustica, bicarbonato de sódio e água oxigenada em produtos de uma indústria em Imigrante, no Vale do Taquari.

"Agora, após ser absolvido de uma condenação de 2005 por fato semelhante e ter sido imposta medida cautelar contra ele pela Justiça em Teutônia, além de estar aguardando há dois anos para colocar tornozeleira eletrônica e ainda há mais tempo pelo desfecho do processo judicial da Leite Compen$ado 5, o 'mago do leite' é mais uma vez alvo do MPRS", detalhou o promotor Mauro Rockenbach, da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre.

Além do MPRS, atuaram na operação os promotores de Justiça André Dal Molin, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) no Estado, Manoel Antunes, também do Gaeco, além do apoio do promotor João Paulo Gabriel de Souza, do Gaeco/MPSP.

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