Fernando Sastre Filho, motorista do Porsche envolvido no atropelamento e na morte de um motorista de aplicativo, no último 31 de março, em São Paulo, foi interrogado pela primeira vez pela Justiça, na sexta-feira (2).
Segundo o g1, que teve acesso ao vídeo do depoimento, o empresário acusado de beber e causar a morte de Ornaldo da Silva Viana, e de ferir gravemente o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, disse que se feriu na colisão.
"Fraturei duas costelas e, se não me engano, três ossos da face", comentou Fernando. "Estava sangrando meu nariz e minha boca", acrescentou.
O interrogatório foi conduzido na 1ª Vara do Júri, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. A pedido da defesa, Fernando depôs por videoconferência diretamente da penitenciária de Tremembé, onde está preso preventivamente.
Até então, Fernando não havia dito que tinha sofrido fraturas. Nem à Polícia, nem nas entrevistas que concedeu à imprensa após a colisão. Apesar disso, o juiz não perguntou detalhes sobre quando o acusado soube das lesões, nem solicitou exames comprobatórios ou outro tipo de prova.
Acusação
Fernando é acusado pelo Ministério Público de homicídio por dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar outra pessoa, além de lesão corporal gravíssima contra Marcus Vinicius, que estava com ele no Porsche.
No interrogatório, segundo o g1, a promotora Letícia Stoffa afirmou que testemunhas confirmaram que o empresário bebeu antes de dirigir, e, de acordo com o laudo pericial, trafegava em alta velocidade o carro de luxo, a 136 quilômetros por hora.
Empresário nega 'voz pastosa' que sugeria embriaguez
Um dos advogados de defesa de Fernando, Elizeu Soares de Camargo Neto, perguntou, no entanto, se um vídeo gravado pela namorada do estudante Marcus Vinicius, Juliana Simões, que mostra o acusado dizendo "vamos jogar sinuca" com voz pastosa, sugerindo que estivesse bêbado antes da colisão, demonstra um fato ou de descontração.
O empresário, por sua vez, afirmou que estava apenas "fazendo uma brincadeira", e se emocionou ao lembrar dos ferimentos do então amigo. Além disso, ele falou que achava estar dirigindo a 60 km/h e alegou que desviou de um veículo e, de repente, viu o carro de Ornaldo e não conseguiu frear a tempo, batendo na traseira do veículo. Ele tratou a colisão como "fatalidade".