O motorista de um dos ônibus incendiados no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (23), segue internado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II. A morte de Faustão, que seria o segundo da linha de sucessão da maior milícia fluminense, desencadeou diversos ataques contra ônibus.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destacou que o trabalhador está estável. Conforme Soranz, o homem foi ferido no rosto e membros superiores. A vítima foi atingida quando tentava fugir do coletivo.
"A situação é lamentável porque o motorista estava ali exercendo as suas funções e teve queimaduras. Por questões de segurança, ele não quer ser identificado", contou o titular da Pasta.
Motoristas reféns da violência
O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro, Sebastião José, explica que os ataques aos ônibus deixaram usuários e motoristas reféns da violência.
"Com certeza afeta o psicológico do profissional que já convive diariamente com a violência nas ruas, comprovando a falta de planejamento e a total desorganização do estado na área da segurança, deixando a sensação de que isso possa ocorrer novamente a qualquer momento", afirmou.
Ainda segundo o presidente, os trabalhadores não aguentam mais a insegurança vivenciada por eles. Sebastião explica que diversos profissionais procuram o sindicato para pedir o afastamento, troca de linhas ou realização de acordos para serem demitidos.
Entenda os ataques no Rio de Janeiro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou que 12 pessoas foram presas por "ações terroristas" após atearem fogo em pelo menos 36 ônibus nesta segunda-feira (23).
"Prendemos 12 criminosos ateando fogo em ônibus. E esses criminosos já estão presos por ações terroristas. E como ações terroristas, estarão sendo encaminhados imediatamente para presídios federais, porque lá é local de terrorista", afirmou o governador.
Os ataques são uma represália à morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, sobrinho do miliciano Zinho, na comunidade Três Pontes. Ele é apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, e foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil.
O sindicato Rio Ônibus informou que esse foi o maior número de ônibus queimados na cidade em um único dia.
“Nossas forças de segurança estão unidas e ativas, e a nossa população pode dar um voto de confiança. Porque essa luta é para libertar nossa população dessas facções, dessas verdadeiras milícias”, disse Castro.
Segundo a Prefeitura do Rio, a atuação criminosa trouxe impacto para os bairros Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça.