Novas denúncias relacionadas ao médico mastologista Danilo Costa, de 46 anos, em Itabira (MG), vieram a público após ele ser apontado como suspeito de estuprar uma paciente com câncer de mama durante uma consulta. O caso resultou na prisão do homem na última terça-feira (4), enquanto a nova denúncia está relacionada a um suposto caso ocorrido em 2015. Segundo o MP, ele cometia o crime há pelo menos 10 anos.
João Martins Teixeira, delegado responsável pela investigação, apontou, em entrevista ao g1, que oito vítimas do homem já teriam sido identificadas. Uma das mulheres havia sido intimada como testemunha, pois ainda não se enxergava como vítima, enquanto outra também já se apresentou, mas não foi ouvida por estar fora da cidade.
Segundo a promotora Marianna Michieletto da Silva, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a vítima só percebeu o comportamento abusivo do médico após procurar outro profissional. A investigação aponta que o comportamento do mastologista deixa clara uma conduta errática mantida por ele nos atendimentos.
"Enquanto ele fazia ultrassom na mama da vítima, ele também alisava o mamilo dela com os dedos. Ela só tomou coragem de contar depois da prisão do médico. Ela disse que o fato aconteceu em 2015, o que demonstra que ele vem praticando o crime há pelo menos 10 anos no exercício da profissão", contou a promotora.
A vítima considerada como a mais antiga do médico é de 2018, mas só será ouvida quando retornar à cidade. Das oito contabilizadas até o momento, cinco eram pacientes e outras três funcionárias do local onde ele trabalhava. As mulheres relataram toques e comentários inapropriados.
Até então, não há nenhuma denúncia de eventual abuso que possa ter sido cometido pelo médico em outras cidades onde ele tenha trabalhado. Entretanto, a investigação continua.
Vítima com câncer
Uma das vítimas identificadas até o momento realizava um tratamento de câncer e entrou em contato com o suspeito para reconstrução da mama. "O Ministério Público está a acompanhando e oferecendo todo o suporte, inclusive de saúde, e auxiliando no tratamento dela. Ele destruiu a confiança da vítima no próprio tratamento dela contra o câncer", disse a promotora ao portal g1.
Agora, após a denúncia, o homem já prestou depoimento e foi afastado do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira. No entanto, ele continuava prestando atendimento em outras cidades, fato apontado pelo MP como "inconcebível".
Com a finalização do inquérito, o MP oferecerá a denúncia, também seguindo para o julgamento do suspeito.