Em entrevista à Rede Amazônica, o pai da ex-cunhada de Djidja Cardoso disse que a filha, de 27 anos, se tornou dependente química e foi salva de cárcere privado. A jovem era companheira do irmão de Djidja, Ademar Cardoso, que está preso, e foi resgatada em situação degradante da mesma casa onde a ex-sinhazinha foi achada morta em Manaus, conforme informações do g1.
O homem, que preferiu não se identificar, disse que a filha precisou ser internada para tratar a dependência química e que, no auge do consumo de cetamina, chegou a ser mantida em cárcere privado pelo então namorado. Ademar também é investigado por estuprar e causar aborto de outra ex-companheira.
A jovem tem dois filhos, um de 4 anos e uma bebê de 8 meses. Segundo o pai, o filho mais velho presenciou a mãe sob o efeito da cetamina, e estava com ela em uma das vezes em que ela precisou de atendimento médico.
"O menino de 4 anos sofre muito com a falta de atenção da mãe. Até em ver o estado da mãe, ele percebe. Ele já teve a ausência dela nos tratamentos anteriores. Ele está fazendo tratamento psicológico por causa disso. Ele se tornou um menino nervoso e ansioso", contou.
Segundo o pai da vítima, em outubro de 2023, a diarista que trabalhava na casa de Djidja teria entrado em contato com a família da jovem para alertar sobre a situação do casal e das crianças, que viviam trancados há dias dentro de casa. Foi quando ele e a esposa decidiram chamar a polícia para forçar a entrada na casa.
ENTENDA O CASO
Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no dia 28 de maio. A suspeita é de que ela tenha sofrido uma overdose de cetamina durante um dos rituais propostos pelos próprios parentes — a mãe e o irmão foram presos dois dias depois pelo crime.
Na casa da família Cardoso, a Polícia revelou que encontrou seringas, doses de cetamina, frascos vazios, medicamentos, documentos e computadores. Além disso, os investigadores disseram que o lugar tinha "cheiro de carne em estágio de putrefação".
A defesa de Cleusimar e Ademar alega que mãe e filho são "extremamente dependentes químicos", mas que não irá se pronunciar publicamente sobre o inquérito.
A morte da ex-sinhazinha revelou uma seita liderada pela mãe da empresária, Cleusimar, e pelo irmão dela, Ademar. Segundo o UOL, um livro com as "cartas de Cristo", que promete trazer "iluminação ao mundo" e "capacitar a humanidade" para construir uma "nova consciência" nos próximos dois mil anos, pode ter sido uma das inspirações do trio, que é investigado por uso de drogas e abusos sexuais.
Conforme a Polícia, os rituais da seita da família Cardoso prometiam "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação" com o uso de cetamina, uma droga sintética de uso veterinário. Participavam desses rituais funcionários dos salões de beleza de Djidja, Cleusimar e Ademar, além de amigos da família.
Três colaboradoras dos salões, inclusive, foram presas por suspeita de aliciamento de integrantes para o grupo.