Equipes acham 'material orgânico aparentemente humano' em buscas por jornalista e indigenista no AM

O achado foi encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF

A Polícia Federal (PF) informou nesta sexta-feira (10) que foi encontrado um "material orgânico aparentemente humano" nas buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips. Eles desapareceram próximo a Atalaia do Norte, no Amazonas, após viajarem para entrevistar indígenas. 

O achado foi encaminhado para análise pericial pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF, juntamento às amostras de sangue encontradas no barco de Amarildo da Costa Oliveira, 41, conhecido na região como Pelado.

Os investigadores ainda indicaram que nesta sexta houve a coleta de materiais genéticos de referência do jornalista britânico Dom Phillips, em Salvador, e do indigenista Bruno Pereira, em Recife. "Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação", indicou a PF, em nota.

O comitê de crise criado para gerir as buscas disse também que nas últimas 24 horas foram feitas buscas fluviais com reconhecimento aéreo no Rio Itaquaí, último local onde a dupla foi vista. 

Bruno Pereira e Dom Phillips estão desaparecidos desde domingo (5). Os dois viajaram de barco para o Lago Jaburu, no estado do Amazonas, e deveriam ter retornado à cidade de Atalaia do Norte por volta das 9h do domingo, segundo grupos de direitos humanos.

STF manda governo usar "todos os meios e forças" 

Horas antes de as novas informações serem divulgadas pela PF, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo adote imediatamente "todas as providências necessárias", usando "todos os meios e forças cabíveis", para localizar o indigenista e o jornalista.

O despacho ordena ainda que sejam identificados e punidos os responsáveis pelo desaparecimento e cobra, do Governo, em até cinco dias, a apresentação de um relatório com todas as providências adotadas e informações obtidas no caso. Foi fixada multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

"Sem uma atuação efetiva e determinada do Estado brasileiro, a Amazônia vai cair, progressivamente, em situação de anomia, de terra sem lei. É preciso reordenar as prioridades do país nessa matéria", registrou o ministro no documento.