Epicentro latino, Brasil é 10º país com maior número de mortes diárias pela Covid-19

Balanço do Governo Bolsonaro apontou 114 novas mortes, o maior número da série histórica. Ministério aciona China em busca de equipamentos de saúde

O Brasil assumiu a 10ª posição no ranking mundial dos países com maior número de mortes diárias pela Covid-19, tornando-se o epicentro da doença na América Latina. Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou 114 novos óbitos, totalizando 667 falecimentos desde o dia 26 de fevereiro, quando anunciou a primeira morte pelo novo coronavírus. Foi a primeira vez que o saldo diário de vítimas ultrapassou a barreira de 100.

São Paulo segue como o Estado mais castigado pela pandemia no Brasil, com 371 mortes, mais da metade dos óbitos de todo o País. O Estado é seguido pelo Rio de Janeiro, com 89. A taxa de letalidade do País subiu de 4,4% para 4,9%. A título de comparação, a Itália, epicentro da doença na Europa, cerca de 10% dos pacientes infectados morreram, no ápice da crise.

O número de casos da Covid-19 no País chegou a 13.717, um crescimento de 13,7% em relação ao dia anterior.

Comparação

O novo coronavírus já causou pelo menos 80.142 mortes em todo o mundo desde seu primeiro registro em dezembro de 2019. Desde o início da epidemia, mais de 1,3 milhão de contágios foram registrados em 192 países ou territórios.

O número de positivos diagnosticados, porém, reflete apenas uma parte do total de infecções devido às diferentes políticas para diagnosticar os casos. Alguns países o fazem apenas em pacientes que precisam de hospitalização.

As autoridades consideram que até o momento, pelo menos, 257.100 pessoas foram curadas no mundo. Nesta terça, em 24 horas, os países que contabilizaram mais óbitos foram os EUA, com 1.821 novas mortes, a França (1.417) e o Reino Unido (786).

Mais de quatro bilhões de pessoas em quase 100 países ou territórios são forçadas ou incentivadas por suas autoridades a permanecerem confinadas em suas casas para combater a propagação da Covid-19. Isso representa mais da metade (cerca de 52%) da população mundial, estimada pela ONU em 7,79 bilhões de pessoas em 2020.

Ministro

Nesta terça, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que fez contato com o Governo da China em busca de um "esforço comum" para trazer equipamentos de saúde ao Brasil durante a pandemia do novo coronavírus.

"Fizemos contato com a China para que cada contrato que fizermos, possamos fazer isso contando com o apoio da Embaixada da China no Brasil. A gente sabe da importância desse esforço comum, neste momento, para garantir que possamos ter esses equipamentos aqui", disse Mandetta, durante coletiva de imprensa.

Ele voltou a dizer que, em alguns casos, será necessário enviar aviões brasileiros para viabilizar o transporte dos equipamentos. Pouco antes, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, contou que conversou com Mandetta por telefone e que eles concordaram em reforçar a cooperação bilateral entre os países.

Já o ministro da Secretaria de Governo, Walter Braga Netto, evitou se comprometer com a permanência de Mandetta, durante todo o período de pandemia do novo coronavírus, mas defendeu união no Governo. Indagado sobre o assunto, Braga Netto disse que Mandetta tem "um relacionamento cordial com todos os ministros". "A palavra 'união' é a posição do Governo", disse Braga Netto, durante coletiva no Palácio do Planalto.

Países com mais óbitos por dia
1- EUA: 1.821
2- França: 1.417
3- Reino Unido: 786
4- Itália: 604
5- Espanha: 571
6- Bélgica: 403
7- Países Baixos: 234
8- Alemanha: 173
9- Irã: 133
10- Brasil: 114