O embate de forças entre a rede social "X", antigo Twitter, e a Justiça brasileira ganhou novos desdobramentos nos últimos dias. Primeiro, o representante e administrador da rede social no País, Diego de Lima Gualda, apresentou carta de renúncia ao cargo. Depois, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República decidiu suspender novas campanhas de publicidade com a rede.
As informações são do g1. Ao longo de anos, o Planalto investiu R$ 5,4 milhões em publicidade no X, como indicam dados do Portal da Transparência. Somente entre 2023 e 2024, foram R$ 654.152,85. O anúncio sobre a suspensão foi feito na sexta-feira (12).
Já a decisão de Gualda foi protocolada em 8 de abril, mas só veio à tona neste sábado (13), em documento da Junta Comercial de São Paulo.
No último dia 6, o dono do "X", Elon Musk, atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo próprio site. O empresário ameaçou, ainda, reativar contas desativadas por ordem da Corte no âmbito dos inquéritos das milícias digitais e do 8 de janeiro. "Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?", questionou o bilionário, em inglês.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva repercutiu as declarações de Musk, mas sem citá-lo, também pelo X. Para ele, a escalada de extremismo abre espaço para que "empresário americano, que nunca produziu um pé de capim desse país, ouse falar mal da Corte brasileira, dos ministros brasileiros e do povo brasileiro".
O presidente também chegou a dizer que "bilionário tentando fazer foguete" vai ter "que usar muito do dinheiro que tem para ajudar a preservar" o planeta Terra. A SpaceX, de Musk, trabalha com o lançamento de veículos espaciais tripulados, entre outras tecnologias.
Renúncia de Gualda
Diego de Lima Gualda teria sido designado representante do X no Brasil em agosto de 2023. À época, ele foi nomeado como procurador e administrador da plataforma. Ele, que é advogado, também chegou a ser diretor jurídico da rede antes da transição para o "X" no Brasil.
Embate
Depois dos ataques e ameaça de Musk ao STF e a Moraes, o ministro determinou a abertura de um novo inquérito para apurar a conduta do empresário, que também passou a ser investigado no processo das milícias digitais. O jurista entende haver indícios de obstrução de Justiça e incitação ao crime nesses últimos episódios.
Além de vedar desvios à ordem da Justiça brasileira, Moraes indicou uma multa de R$ 100 mil para cada perfil reativado irregularmente.