A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para apurar as ações e possíveis omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 volta a se reunir nesta terça-feira (4). Os senadores começam a ouvir os depoimentos dos ex-ministros da Saúde da gestão do presidente Jair Bolsonaro.
O primeiro é Luiz Henrique Mandetta. Ele seria seguido por Nelson Teich, mas o depoimento dele foi adiado. O ex-ministro Eduardo Pazuello teve a participação adiada e deve comparecer à CPI no dia 19.
Mandetta foi demitido do cargo em 16 de abril de 2020, no início da crise sanitária causada pelo novo coronavírus no Brasil. Na data, o País registrava apenas 1.924 mortes causadas pela doença. Atualmente, mais de 400 mil brasileiros foram vítimas da Covid-19.
Teich assumiu a pasta logo depois, mas só permaneceu no cargo menos de um mês e foi afastado.
Segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a constante troca de ministros da Saúde em meio à pandemia é, por si só, um enorme problema para a gestão do ministério.
“O senhor Luiz Henrique Mandetta foi exonerado do cargo de ministro da Saúde justamente por defender as medidas de combate à doença recomendadas pela ciência. O presidente defendia mudanças nos protocolos de uso da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus, mas o Nelson Teich era contra”, relembrou o senador.
A convocação dos ex-ministros atende uma série de requerimentos aprovados na semana passada na CPI. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), com o Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) são autores dos pedidos. Segundo eles, os depoimentos dos ex-gestores da pasta devem ajudar a esclarecer se o País poderia ter tomado um rumo diferente no enfrentamento a pandemia e mitigado o alto número de óbitos.