O inquérito do caso do jovem que morreu ao fazer peeling de fenol na Clínica de Natália Becker aponta que ele foi avaliado somente por foto durante uma conversa de Instagram. Ele marcou o procedimento e foi orientado a iniciar o "tratamento" imediatamente após enviar uma única imagem, um mês antes da aplicação que seria fatal.
Henrique Chagas da Silva teve uma parada cardiorrespiratória e morreu na clínica de Becker, em Campo Belo, zona sul de São Paulo, no último dia 3 de junho. Ele pagou R$ 4.500 pelo procedimento.
Natália foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por homicídio doloso. Ela não possui formação profissional para aplicar o procedimento.
Conversa por Instagram
Tudo foi combinado pelo Instagram entre o jovem morto e Natália. Henrique escolheu o tratamento e logo depois a clínica pede uma foto para uma "breve avaliação". Henrique envia e recebe de volta: "Obrigada pelas fotos! Você tem indicação sim de realizar o peeling de fenol!".
"Como você tem cicatrizes profundas, temos que preparar a pele para o fenol", disse a mensagem.
Dito isso, é possível perceber que não houve qualquer tipo de exame médico antes da vítima se submeter ao tratamento, que é considerado extremamente invasivo para o corpo.
No mês antes de ir à clínica, Henrique teria aplicado espuma de limpeza, hidratante facial, protetor solar e clareador, todos produtos vendidos por Natália Becker. Ele ainda teria ingerido comprimidos de colágeno.