Cinco acusados de matar 10 vítimas da Chacina no DF se tornam réus pela Justiça

Penas somadas podem resultar em 385 anos de prisão

Cinco acusados pela Chacina no Distrito Federal, que resultou em dez mortos da mesma família, foram tornados réus pelo Tribunal do Júri de Planaltina. O órgão aceitou a denúncia nesta terça-feira (7), após o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) enviá-la no dia 2 de fevereiro. As informações são do g1.

Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Carlomam dos Santos Nogueira, Carlos Henrique Alves da Silva e Fabricio Silva Canhedo são réus. Conforme o MPDFT, os cinco são acusados de mais de 100 crimes e as penas somadas podem chegar até 385 anos de prisão. 

Dentre os crimes, estão homicídio triplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro e associação criminosa.

Em janeiro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a chacina foi motivada por terras em que parte da família morava. 

Segundo o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, a motivação do grupo - formado por Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira - era a chácara, avaliada em R$ 2 milhões. Carlos Henrique Alves da Silva e um adolescente também participaram do crime.

Vítimas eram familiares 

O grupo é suspeito de envolvimento no caso que resultou na morte de 10 membros da mesma família. Inicialmente, as vítimas foram reportadas como desaparecidas, mas os corpos foram encontrados e identificados pelos agentes de seguranças. São elas:

  • A cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos;
  • O marido de Elizamar Silva, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos;
  • Os três filhos da cabeleireira com o companheiro: os gêmeos Rafael e Rafaela da Silva, de 6 ano, e Gabriel da Silva, de 7 anos;
  • O sogro de Elizamar e pai de Thiago, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos; 
  • A sogra da cabeleireira e esposa de Marcos Antônio, Renata Juliene Belchior, de 52 anos;
  • A cunhada de Elizamar e irmã de Thiago, Gabriela Belchior, de 25 anos;   
  • A ex-esposa de Marcos Antônio, Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 54 anos; 
  • A filha de Marcos Antônio e Cláudia Regina, Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos.

No dia 25 de janeiro, o quarto suspeito, Carlomam dos Santos, que era considerado foragido, se entregou à Polícia em São Sebastião, região do DF. As investigações apontam que ele conhecia algumas das vítimas e, em um vídeo, aparece comemorando com um dos outros detidos.

Ao g1, o advogado que representa a família de Elizamar, João Darc's, afirmou que o jovem disse, em depoimento, que o crime foi motivado por uma disputa de terras entre os indivíduos presos e duas das vítimas. A versão não foi confirmada pela Polícia Civil até a última atualização deste material. 

Suposta atuação de cada suspeito 

As autoridades trabalham com as informações de que pelo menos dois dos suspeitos conheciam os familiares que foram assassinados. São eles: 

  • Gideon Batista, que supostamente trabalhava com Marcos Antônio, uma das vítimas;
  • Carlomam dos Santos também as conheceria, e já tinha contato com pelo menos um dos outro indivíduos presos pelo crime.

Em depoimento, Horácio Carlos confessou o envolvimento na chacina e chegou a dizer que parte das mortes haviam sido encomendadas por Marcos Antônio e Thiago — os corpos deles foram posteriormente encontrados. Já Fabrício Silva, o terceiro a ser detido, teria sido o responsável por manter parte dos membros da família em cativeiro

O preso nesta quinta-feira teria atuado no sequestro de Thiago, segundo a publicação. 

Um adolescente, de 17 anos, também foi apreendido pela Polícia Militar, no dia 24 de janeiro, suspeito de participar da ação. Segundo a corporação, ele teria confessado envolvimento, mas como não foi pego em flagrante acabou sendo liberado. A Polícia Civil solicitou à Justiça a internação dele.