Brasil deve atingir marca de 1 milhão de casos diários de Covid em janeiro, diz estudo

As projeções realizadas pela Universidade de Washington consideram a subnotificação do país

Os casos diários de Covid-19 no Brasil podem atingir a marca de 1 milhão ainda em janeiro, devido ao avanço da variante Ômicron pelo País. Projeções realizadas pela Universidade de Washington indicam que a marca será atingida no próximo dia 23, com pico em meados de fevereiro, quando deve haver uma média de 1,3 milhão de diagnósticos da doença por dia.

As estimativas da instituição de ensino norte-americana consideram que o número de casos no País é superior ao registrado pelas estatísticas oficiais e deve mais que dobrar nos próximos dias. Especialistas defendem que os dados oficiais não refletem o real cenário epidemiológico atual, já que o Brasil testa pouco — há subnotificação de casos — em comparação a outras nações e vive um apagão de dados sobre a doença.

Nesta sexta-feira (7), por exemplo, 468 mil pessoas se infectaram com o novo coronavírus, quantidade sete vezes maior que os 63.292 novos diagnóstico que constam em boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

O ritmo de crescimento projetado para as mortes, porém, é inferior. Os cálculos dos pesquisadores indicam que o país pode chegar a 313 óbitos diários por Covid em duas semanas, 12% a mais do que as 279 mortes estimadas para esta sexta. Ainda assim, os números continuam maiores do que os registrados oficialmente — foram 148 óbitos nas últimas 24h, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

Mundo regista recorde de casos

No início da semana o planeta registrou, pela primeira vez, 2,5 milhões de novos casos de Covid-19 em 24 horas, batendo um novo recorde. O número se repetiu pelos três dias seguintes, segundo os dados do projeto "Our World in Data", da Universidade Oxford. 

Antes dessa nova onda da doença, o recorde de pessoas contaminadas era de 905 mil em 24 horas, registrado em 25 de abril de 2021. 

As infecções com o vírus estão em crescimento após a descoberta e a circulação da variante Ômicron. A alta vertiginosa atual confirma a maior transmissibilidade característica da nova variante do coronavírus. 

Apesar do alto número de infecções, as mortes causadas pela doença seguem em queda. Com o avanço da vacinação, a média móvel de óbitos está abaixo dos 6 mil por dia pela primeira vez desde outubro de 2020. 

O recorde de mortes em um dia no mundo segue sendo de 20 de janeiro de 2021 (18 mil).