Uma estudante de 25 anos é investigada pela Polícia devido à suspeita de desvio de R$ 920 mil da comissão de formatura da turma de Medicina, na Universidade de São Paulo (USP). A jovem já foi associada à lavagem de dinheiro e estelionato em outro caso no último ano.
Sobre a situação entre os estudantes da USP, um boletim de ocorrência foi aberto na terça-feira (10) por um aluno da turma após a descoberta do golpe. As informações foram apuradas pelo Estadão.
O denunciante informou aos policiais que a estudante se apropriou do montante de quase R$ 1 milhão arrecadado para a festa de formatura dos futuros médicos no fim de 2023. Ela teria dito que caiu num golpe por uma corretora de investimentos.
Os alunos descobriram o desvio no dia 6 de janeiro, quando a aluna suspeita contou aos colegas que o valor tinha sido perdido. Na ocasião, a estudante disse no grupo de Whatsapp da turma sobre ter sido vítima de um calote.
Troca de mensagens
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo não divulgou o nome dos envolvidos. Após o registro do boletim de ocorrência, no entanto, mensagens sobre o caso foram divulgadas nas redes sociais.
Supostas cópias das conversas no grupo mostram que a suspeita disse aos estudantes que ela tinha investido entre R$ 750 mil e R$ 800 mil numa corretora, que não respondeu mais sobre o dinheiro. Isso teria sido em setembro de 2021.
A jovem também contou aos colegas que gastou o restante do valor com advogados para tentar recuperar o dinheiro. Ela pediu desculpas no grupo e disse que continuaria tentando reaver o montante.
Investigação
O caso de apropriação indébita foi registrado no 14º Departamento de Polícia, em Pinheiros, mas será investigado pelo 16º DP, na Vila Clementino.
A diretoria da faculdade emitiu um comunicado aos professores, o qual o Estadão teve accesso, para explicar o ocorrido.
“A Comissão de Formatura e, portanto, os alunos aderentes à formatura da Turma 106ª, foram vítimas de fraude após investimento do recurso arrecadado para organização das festividades de celebração, que ocorrerá ao final de 2023. Os fatos estão sendo apurados, buscando-se identificar os responsáveis pela fraude e a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos”, completou.
Caso de lavagem de dinheiro
A estudante que passou a ser investigada por apropriação indébita já teve outro boletim de ocorrência aberto para investigar os crimes de lavagem de dinheiro e estelionato, em julho de 2022.
Nesse caso, ela é investigada pelas práticas criminosas contra uma lotérica na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública informou que uma representante da lotérica relatou que a mulher realizava apostas em valores altos diariamente, sempre pagos por meio do Pix.
Dessa forma, no dia 12 de julho, “a mulher teria deixado um prejuízo de R$ 192.908,47, após ter feito o agendamento do valor via Pix, sem pagar efetivamente pelas apostas que realizou”, conforme a denúncia.
O Estadão não conseguiu contato com os alunos do curso de Medicina e com a estudante suspeita, neste sábado (14).