O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve enviar um "alerta apocalíptico" ao Ocidente na próxima segunda-feira (9), quando liderar as comemorações do 77º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazista. Conforme a agência de notícias Reuters, a data deve ser marcada pela exibição do poder balístico de Moscou ao mundo.
Após invadir e iniciar uma guerra contra a Ucrânia, em fevereiro, Putin está em um crescente isolamento do Ocidente, e esse cenário será o pano de fundo do discurso dele na Praça Vermelha, diante de um desfile de tropas, tanques, foguetes e mísseis balísticos intercontinentais, conforme apurou a publicação.
Caças supersônicos, bombardeiros estratégicos Tu-160 e, pela primeira vez desde 2010, a aeronave de comando Il-80 "apocalipse" devem realizar um sobrevoo a Catedral de São Basílio. O último modelo de avião, segundo o Ministério da Defesa, levaria o alto escalão russo em caso de uma guerra nuclear.
O Il-80 foi desenvolvido para funcionar como um centro de comando móvel do presidente e está repleto de tecnologias, muitas delas são tratadas como segredo de estado.
Ocidente prolonga ofensiva na Ucrânia
Na quinta-feira (5), a Rússia admitiu que o apoio ocidental a Kiev prolonga a ofensiva na Ucrânia, mas insistiu que isto não impedirá o país de cumprir os objetivos, no momento em que circulam informações contraditórias sobre a retirada dos civis refugiados no último reduto da resistência ucraniana em Mariupol (sudeste).
"Estados Unidos, Reino Unido, Otan em seu conjunto compartilham permanentemente informações com as Forças Armadas ucranianas. Combinado com as entregas de armas (...) estas ações não permitem acabar rapidamente a operação", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmirti Peskov, em reação a uma informação publicada na quarta-feira (4) pelo jornal New York Times.
Conforme o NYT, que cita fontes anônimas dos serviços de inteligência americanos, as informações fornecidas pelos Estados Unidos ao exército ucraniano permitiram localizar vários generais russos perto da linha de frente.
As ações ocidentais "não têm capacidade para impedir" o cumprimento dos objetivos da ofensiva russa na Ucrânia, insistiu o porta-voz do Kremlin, após 10 semanas de uma guerra que já deixou milhares de mortos e provocou a fuga de mais de cinco milhões de ucranianos do país.
No momento, Moscou só consegue reivindicar o controle total de uma grande cidade ucraniana, Kherson, no sul. Mas espera que, após dois meses de cerco e bombardeios, consiga tomar o porto estratégico de Mariupol.
Nesta cidade, cercada e devastada pelos bombardeios há várias semanas e praticamente sob controle da Rússia, combatentes ucranianos e civis estão entrincheirados nas passagens subterrâneas do imenso complexo siderúrgico de Azovstal.
Putin compara Ucrânia com a Alemanha nazista
O líder da Rússia comparou, em diversas ocasiões, a guerra na Ucrânia ao desafio que a União Soviética enfrentou quando os nazistas invadiram a nação em 1941, conforme a Reuters.
Para Putin, a investida contra Kiev é uma batalha para proteger os falantes russos da perseguição supostamente nazista, além de se proteger do que chama de ameaça dos Estados Unidos à Rússia, representada pela ampliação da Otan.
Tanto Ucrânia quanto Ocidente descartaram a alegação de fascismo e a classificaram como um absurdo. Para ambos, o presidente está travando uma guerra de agressão não provocada.
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