Verme comum em cobras píton é encontrado em cérebro humano pela 1ª vez, diz artigo

O parasita estava "vivendo" dentro de uma mulher 64 anos, que reclamou de perda de memória e depressão

Um parasita de 8 centímetros, comum em cobras píton, foi encontrado pela primeira vez no cérebro de um paciente, em Nova Gales do Sul, na Austrália. O verme estava em uma mulher de 64 anos. O caso foi registrado em artigo na revista científica "Emerging Infectious Diseases". 

O corpo estranho foi removido da paciente pelo neurocirurgião Hari Priya Bandi, em 2022. Contudo, o estudo só foi publicado em agosto. A mulher relatou os primeiros sintomas em 2021, após sofrer três semanas de dor abdominal e diarreia, além de tosse seca constante, febre e calafrios. 

Em 2022, além dos sintomas anteriores, a mulher adquiriu perda de memória e depressão. Os médicos então indicaram uma ressonância magnética que revelou anormalidade que exigiam cirurgia. A paciente vive próxima a uma área de lago, habitadas por pítons. Os médicos dela explicam que ela pode ter se contaminado com o verme após tocar na grama ou comer verduras do local.

“O neurocirurgião certamente não entrou lá [na cirurgia] pensando que encontraria um verme se contorcendo. Os neurocirurgiões lidam regularmente com infecções no cérebro, mas esta foi uma descoberta única na carreira. Ninguém esperava encontrar isso”, contou Sanjaya Senanayake, médico de doenças infecciosas do hospital. 

Tratamento após descoberta do verme

Após a retirada do verme do cérebro da paciente, a equipe médica se empenhou em descobrir qual era o tipo parasita e que tratamentos a paciente precisaria. 

“Nós apenas procuramos os livros didáticos, procurando todos os diferentes tipos de vermes que poderiam causar invasão neurológica e doenças”, disse Senanayake. 

O médico disse ainda que o parasita foi enviado a um laboratório maior e lá descobriram que Ophidascaris robertsi é um verme geralmente encontrado em pítons.

A paciente, segundo a equipe médica, segue se recuperando e sendo monitorada regularmente. Os pesquisadores buscam a hipótese de que se a condição médica é pré-existente.