Vaticano excomunga arcebispo italiano ultraconservador por rejeitar autoridade do papa Francisco

Decisão deve impactar círculos conservadores da Igreja nos Estados Unidos, onde o sacerdote era embaixador

Conhecido por uma postura ultraconservadora, o arcebispo italiano Carlo Maria Vigano, de 83 anos, foi excomungado pelo Vaticano. A decisão, anunciada nesta sexta-feira (5), teria sido motivada pela recusa do sacerdote em reconhecer a autoridade do papa Francisco.

Em nota, o Dicastério para a Doutrina da Fé declarou que Carlo Maria foi excluído da Igreja por “sua negativa em reconhecer e submeter-se ao sumo pontífice”.

“Conhecemos suas declarações públicas que mostram a negativa (...) de comunhão com os membros da Igreja”, explicaram as autoridades católicas no comunicado.

No mês passado, Vigano utilizou as redes sociais para revelar ter sido convocado perante a Justiça do Vaticano sob acusação de negar a legitimidade do papa Francisco e rejeitar o Concílio Vaticano II.

“Considero as acusações contra mim uma honra. Acredito que a própria formulação das acusações confirma as teses que repetidamente defendi em meus vários discursos. Não é por acaso que a acusação contra mim diz respeito ao questionamento da legitimidade de Jorge Mario Bergoglio e à rejeição do Concílio Vaticano II: o Concílio representa o câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico do qual a 'igreja sinodal' bergogliana é a metástase necessária”, escreveu Carlo em seu perfil no X, na época. 

QUEM É CARLO MARIA VIGANO?

Atualmente aposentado, Vigano ocupou o cargo de núncio apostólico em Washington, entre os anos de 2011 e 2016, servindo como uma espécie de embaixador da Santa Fé nos Estados Unidos.

Devido à influência do sacerdote no território norte-americano, o esperado é que o anúncio da excomungação impacte fortemente os círculos ultraconservadores da Igreja no país, que já são conhecidos por sua oposição ao pontificado do papa argentino.