Um ato na cidade de Jalalabad, no Afeganistão, foi violentamente reprimido por integrantes do Talibã nesta quarta-feira (18). O grupo extremista disparou contra a multidão e deixou pelo menos duas pessoas mortas e 12 feridas. A informação é da rede Al Jazeera.
Segundo a emissora, a manifestação teve início na principal rua comercial após o Talibã colocar sua própria bandeira e retirar a do Afeganistão em um monumento no centro da cidade. A mudança teria irritado os moradores.
O “New York Times” detalhou que centenas de afegãos participaram do protesto carregando a bandeira do país com gritos.
Neste momento, o Talibã atirou para o alto na tentativa de dispersar os manifestantes, o que não aconteceu. O grupo, então, decidiu agredi-los.
Comportamento moderado
Desde o fim de semana, os talibãs se esforçam para mostrar uma face mais moderada aos olhos do mundo. Eles afirmaram que a burca não será obrigatória e que outro tipo de hijab poderia ser suficiente, ao mesmo tempo que indicaram que as mulheres teriam autorização para trabalhar "respeitando os princípios do Islã".
Na primeira entrevista coletiva dos talibãs em Cabul, na terça-feira, o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, disse que os insurgentes aprenderam durante sua primeira passagem pelo poder e que há "muitas diferenças" em sua maneira de governar, mesmo que em termos de ideologia e crenças, "não exista diferença".
Também anunciou uma anistia geral para todos os funcionários estatais.
Mas as pessoas desconfiam das promessas dos talibãs e adotam a precaução. Na terça-feira em Cabul os homens trocaram as roupas ocidentais pelo shalwar kameez, o traje tradicional afegão.
O Ocidente também opta por uma grande cautela a respeito dos talibãs devido a seu histórico de violação dos direitos humanos e às cenas dos afegãos que tentam fugir desesperadamente do país.
Até o momento o movimento não publicou uma diretriz sobre educação. Mas em uma entrevista na terça-feira em Doha ao canal Sky News, Suhail Shaheen, outro porta-voz dos talibãs, apresentou garantias sobre o tema: as meninas "podem receber educação do nível básico até a universidade", disse.