Por que a Rússia não quer que Ucrânia faça parte da Otan

Caso a Ucrânia ingresse na Otan, o governo russo pode entender como ameaça à sua hegemonia no leste europeu

Vladimir Putin, presidente russo, já afirmou que a causa do conflito com Ucrânia é o fato do país querer ingressar a Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan). A organização foi fundada em 1949, depois da Guerra Fria, com objetivo de estabelecer um apoio militar entre os países participantes.

Feita entre países da América do Norte e Europa, a Otan visava proteger os países da Europa da expansão da extinta União Soviética e combater o comunismo após a Segunda Guerra. De início, eram doze países. Hoje, já são 30.

O principal benefício dos países integrantes da Otan é o apoio bélico e a defesa coletiva, artigo 5º do Tratado. Ou seja, mesmo que a força militar de um país sozinho seja pouca, com o apoio vindo de seus aliados, pode se tornar enorme.

Quando a União Soviética acabou, em 1991, as 15 regiões que a compunham se tornaram países independentes. A Rússia é a grande herdeira da hegemonia soviética, inclusive no arsenal bélico e nuclear. E a Ucrânia é o segundo maior país da Europa, perdendo apenas para a Rússia.

Apesar de não integrar a Otan, a Ucrânia faz fronteiras com vários países que assinaram o Tratado e é vista como uma importante aliada do grupo. Qualquer ameaça nestas fronteiras seria crucial para que as forças da Otan fossem acionadas. 

Caso a Ucrânia ingresse de fato na Otan, Putin entende como uma ameaça, pois a força bélica e nuclear do país ucraniano serão multiplicadas e a Rússia corre o risco de perder sua hegemonia no Leste Europeu.

Os russos já chegaram, inclusive, a pedir que a aliança não se expandisse para o Oriente e o pedido não foi atendido. Hoje em dia, diversos países que integravam a antiga União Soviética e ficam ao leste da Europa participam da Otan.