Diplomatas do mundo todo foram comunicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) que será exigido comprovante de vacinação contra Covid-19 para entrada no plenário onde acontecerá a 76ª Assembleia Geral do organismo, na semana que vem. A comprovação não deve ser imposta aos chefes de estado.
Em uma carta enviada na terça-feira (14), no seu primeiro dia no posto, o presidente da Assembleia Geral, Abdullah Shahid, informou os países que antes de tomar posse recebeu duas cartas da prefeitura de Nova York.
Em uma delas, foi informado que "a prova de vacinação é exigida para certas atividades em ambientes internos, incluindo a sede das Nações Unidas. Consequentemente, a prova de vacinação deveria ser exigida para permitir a entrada no salão da Assembleia Geral", escreveu.
"Eu apoio fortemente essa medida como um importante passo no nosso retorno a uma Assembleia Geral totalmente funcional", disse o presidente do fórum.
Bolsonaro planeja ir ao evento
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem dito que só se vacinará após todos os brasileiros serem imunizados, planeja viajar a Nova York para o fórum. Como é tradição, o Brasil faz o discurso de abertura do debate entre chefes de Estado.
No texto de Shahid, não fica claro se os chefes de estado também estarão submetidos à exigência. A avaliação inicial de integrantes do governo é de que a vacina será exigida para diplomatas que circularem no local, mas não para os líderes.
Um acordo de 1947 com os Estados Unidos dá à ONU autonomia para permitir a entrada de representantes dos países-membros na sede da organização, que fica em Nova York, independentemente da vontade ou do interesse americano. Os EUA não exigem prova de vacinação para entrada de viajantes internacionais.
Testes de Covid-19
A prefeitura de Nova York tem intenção de providenciar vacina e recursos para teste de Covid-19 aos participantes do debate de alto nível da ONU. Uma van com vacinas deve ser instalada na entrada da entidade.
"Mais detalhes serão fornecidos em breve", disse o presidente da Assembleia-Geral. Sobre a exigência de vacinação, ele também informou que iria trabalhar em conjunto com o Secretário-geral da ONU, António Guterres, para implementar a exigência "o mais rápido possível".
Há cerca de um mês o governo americano fez um apelo para que chefes de Estado considerassem participar virtualmente da Assembleia Geral, para evitar a propagação do coronavírus. O encontro do ano passado foi completamente virtual.
Neste ano, a reunião será híbrida. Com o avanço da variante delta e uma campanha de vacinação empacada, os EUA enfrentam novo aumento de casos e mortes por Covid-19, mesmo com vacina à disposição para qualquer cidadão.