O Comitê de Emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que há "forte probabilidade" de novas variantes da Covid-19 ainda "mais perigosas". O alerta foi divulgado em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (15).
Os especialistas encarregados de aconselhar o diretor-geral da OMS também disseram que "a pandemia está longe de acabar".
"Existe uma forte probabilidade de que surjam e se transmitam novas variantes preocupantes, possivelmente mais perigosas e mais difíceis de controlar do que as já registradas", disseram.
Eles acrescentaram que as tendências recentes são preocupantes."Dezoito meses depois de declarar a emergência de saúde pública internacional, continuamos correndo atrás do coronavírus", destacou o presidente do comitê, o francês Didier Houssin.
Variantes já encontradas
A OMS já registrou quatro variantes classificadas como preocupantes:
- Alfa;
- Beta;
- Gamma;
- Delta.
A Delta (B.1.617.2), encontrada pela primeira vez na Índia, se espalha com grande velocidade em todo o mundo provocando um forte agravamento da pandemia, porque é muito mais contagiosa do que as outras e apresenta um pouco mais de resistência às vacinas, embora elas continuem protegendo nos casos mais graves de Covid-19.
Necessidade de acesso a vacinas
Houssin destacou duas recomendações principais: defender o acesso igualitário às vacinas e não tomar iniciativas pouco justificadas do ponto de vista científico, como uma terceira dose, como propõe particularmente a Pfizer.
É preciso "continuar defendendo incansavelmente o acesso e distribuição igualitários das vacinas em todo o mundo, fomentando a troca de doses, a produção ao nível local, a liberação dos direitos de propriedade intelectual, assim como a transferência de tecnologia, o aumento da capacidade de produção e, obviamente, o financiamento necessário para conseguir tudo isso", afirmou.
A desigualdade no acesso às vacinas é denunciada há meses por OMS, ONGs e pelos países que sofrem com ela. Enquanto Estados Unidos e a União Europeia (UE) pretendem vacinar a grande maioria de suas populações nas próximas semanas, os países mais desfavorecidos imunizaram apenas 1% das suas.