Países do mundo inteiro têm se reunido para articular sanções à Rússia, como forma de represália à invasão do país ao território ucraniano. No último domingo (27), líderes do G7, grupo das sete nações mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, anunciaram que os aliados ocidentais decidiram cortar "certos bancos russos" do Swift, sistema mundial de comunicação interbancária.
Em comunicado, o grupo ainda acrescentou que uma força-tarefa transatlântica será criada em breve para coordenar as sanções contra a Rússia.
"Não serei diplomático sobre isso. Todo mundo que agora duvida se a Rússia deve ser banida do Swift tem que entender que o sangue de homens, mulheres e crianças ucranianas inocentes também estará em suas mãos", declarou no Twitter o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, na última quinta-feira (24).
O que é o Swift?
O Swift funciona como uma sociedade para telecomunicações financeiras interbancárias internacionais, e vem da sigla em inglês Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication. O sistema tem sede na Bélgica e lida com solicitações e mensagens de pagamento entre 11 mil instituições financeiras em todo o mundo. Segundo a revista Forbes, o Swift entregou 42 milhões de mensagens por dia em 2021.
O jornal estadunidense Washington Post compara o sistema ao 'Gmail do banco global'. Já o Financial Times analisa que, embora a Rússia e outros países ainda consigam fazer transações bancárias com outros países sem o Swift, seria muito mais trabalhoso e caro.
Quais os impactos de cortar a Rússia do Swift?
Especialistas avaliam que cortar a Rússia do Swift traria grandes impactos econômicos para o país. Esta não é a primeira vez que a Rússia é ameaçada de ser cortada do sistema interbancário internacional. Os EUA consideraram expulsar o país da plataforma em 2014, por conta da anexação da Crimeia à Federação Russa.
Na época, o ex-ministro das Finanças russo Alexei Kudrin estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia encolheria 5% em um ano ao deixar de integrar o Swift.
A medida também traria impactos nos lucros com exportações de petróleo e gás, que representam 40% da receita do país. De acordo com o FT, a parcela das transações SWIFT em 2020 que vieram da Rússia giram em torno de 1,5%.