Um homem de 45 anos foi condenado a pena de morte, nesta quinta-feira (25), por incendiar os estúdios da Kyoto Animation, no Japão, provocando o assassinato de 36 pessoas. O caso aconteceu em 2019 e, além dos óbitos, o crime ainda deixou 32 feridos.
Shinji Aoba chegou a confessar ter sido o responsável pelo fogo e revelou ter se arrependido. Os advogados de defesa dele argumentaram que o cliente sofre de problemas psiquiátricos. No entanto, a Justiça nipônica entendeu, durante o julgamento desta quinta-feira, que o réu não sofria de transtornos mentais na época e nem estava debilitado. As informações são da emissora pública NHK.
Quando admitiu a culpa pelas chamas, em 2023, o criminoso disse que foi longe demais e que não imaginava que causaria tantas mortes.
Aoba também quase morreu no incêndio, ao ter 90% da pele queimada. Ele precisou ser submetido a várias cirurgias, além de ter ficado em coma por semanas.
Vingança por suposto plágio
Na manhã de 18 de julho de 2019, cerca de 70 pessoas estavam no edifício dos estúdios Kyoto Animation quando o homem entrou no local e jogou um líquido inflamável. Na ocasião, conforme as investigações, ele teria gritado: "morram".
As chamas se espalharam rapidamente pelo imóvel, segundo relatado por testemunhas. Cerca de 40 caminhões de bombeiros atuaram para combater o fogo.
De acordo com a imprensa nipônica, Aoba estava com raiva do estúdio e acreditava que funcionários do local haviam copiado uma obra dele. A Kyoto Animation nega qualquer plágio.
Mais conhecida como "KyoAni", a produtora foi criada em 1981. Ela faz desenhos animados, cria personagens e produtos derivados de séries de mangás — histórias em quadrinho japonesas. No portifólio, a Kyoto Animation tem obras como "Free!", "K-ON!" , "Violet Evergarden" e "A Silent Voice".