O destino dos 25 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) herdados pela austríaca Marlene Engelhorn, 32, dona da multinacional farmacêutica BASF, será definido neste fim de semana, segundo o jornal La Nación.
Um grupo composto por 50 pessoas selecionadas aleatoriamente, o chamado "Bom Conselho", deve se reunir pela última vez como responsável por definir como essa parcela da riqueza de Marlene será distribuída. A ideia é destinar a verba para causas sociais.
Marlene iniciou em janeiro seleção de cidadãos austríacos para ajudar no processo de doação da fortuna. As reuniões totalizam seis fins de semana e começaram em março, em Salzburgo, na Áustria.
Ela decidiu distribuir a fortuna porque "não fez nada" para ganhar o dinheiro, afirmando que obtê-lo significa ter tido sorte - ou "loteria de nascimento".
"Herdei uma fortuna e, portanto, poder, sem ter feito nada para isso", disse. "E o Estado nem quer impostos sobre isso", afirmou a bilionária, que faz parte de um grupo de herdeiros que defendem a cobrança de impostos para os mais ricos.
Marlene é descendente de Friedrich Engelhorn, que fundou a BASF, em 1865. Ela herdou 4,2 bilhões de euros quando sua avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, morreu, em setembro de 2022.
Antes de receber a fortuna, ela já havia declarado que doaria parte da herança.
Distribuição do dinheiro
Segundo o "Bom Conselho", a decisão final sobre como o dinheiro será distribuído deverá contar com amplo apoio de todos os membros. Caso não haja consenso, o dinheiro será devolvido a Marlene Engelhorn.
A destinação dos recursos deve seguir alguns critérios:
- não pode ir para grupos ou indivíduos nem para atividades inconstitucionais, hostis ou desumanas;
- não pode ir para organizações que operam com fins lucrativos;
- e o conselho deve seguir sempre o propósito de redistribuição.
Ainda segundo o projeto, é permitido que seja criada uma estrutura temporária, como uma ONG, para redistribuir os recursos, desde que a ideia e o propósito do conselho sejam respeitados.