França mantém suspensão de voos para o Brasil até 19 de abril

Decisão do governo francês se baseou no cenário epidemiológico de alta transmissão da Covid-19 no Brasil

Um decreto publicado nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial da França determinou a continuidade da suspensão dos voos entre o país europeu e o Brasil até o dia 19 de abril. A decisão, anunciada ainda nessa terça-feira (13) pelo primeiro-ministro francês Jean Castex,  valerá enquanto o governo de Paris avalia alternativas para repatriar os cidadãos bloqueados.

"Devido à situação de saúde no Brasil (...) as viagens de pessoas procedentes deste país para o território da República, exceto aquelas necessárias ao transporte de mercadorias, estão proibidos até 19 de abril 2021 às 0H00", afirma o documento.

Sobre os cidadãos franceses bloqueados no Brasil, o governo informou que está examinando soluções para para repatriá-los, em "voos particulares ou indiretos". "Nossos cidadãos têm o direito constitucional de retornar ao nosso território", ponderou o secretário de Estado para Assuntos Europeus, Clément Beaune.

Medida

O primeiro-ministro Jean Castex anunciou a interrupção dos voos entre os dois país nessa terça-feira, devido à situação sanitária no Brasil, que foi agravada após a descoberta de uma nova variante do coronavírus, conhecida como P1, considerada mais contagiosa e perigosa.

Apesar de na França esta variante continue sendo minoritária, o equivalente a menos de 5% dos contágios, os profissionais da saúde alertam há alguns dias para a propagação da cepa. A oposição também exigia que o governo suspendesse os voos com o Brasil.

Os viajantes procedentes do Brasil - como de outros países - deveriam apresentar um teste PCR negativo para entrar na França e deveriam comprometer-se a respeitar um isolamento de sete dias.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que este tipo de restrição adotada por alguns países por causa das novas variantes do coronavírus "tem atingido não apenas o Brasil, mas também países como Reino Unido, África do Sul e Japão".

"Trata-se do mesmo critério que justifica a proibição, atualmente vigente, de ingresso no Brasil de voos oriundos do Reino Unido e da África do Sul", acrescentou.