Estados Unidos e Reino Unido atacam alvos do grupo Houthis no Iêmen; cinco pessoas morreram

Cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas em bombardeios, aponta porta-voz huthi

Os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram ataques aéreos contra os rebeldes Houthis no Iêmen, nesta quinta-feira (11). As ações respondem às agressões do grupo apoiado pelo Irã contra a navegação no Mar Vermelho, conforme informaram autoridades e testemunhas em cidades do país árabe.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, confirmou em um comunicado que os bombardeios atingiram "com sucesso" vários alvos Houthis com o "apoio" da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.

Aeronaves dos EUA não tripuladas em ataques:

Biden afirmou que "não hesitará" em "ordenar outras medidas" para proteger os Estados Unidos e o comércio internacional.

"Estes ataques seletivos são uma mensagem clara de que os Estados Unidos e nossos parceiros não irão tolerar ataques contra nosso pessoal nem permitirão que atores hostis coloquem em risco a liberdade de navegação em uma das rotas comerciais mais críticas do mundo", acrescentou.

Cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas em bombardeios

Pelo menos cinco pessoas morreram nesta sexta-feira e seis ficaram feridas em bombardeios dos Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes Houthis no Iêmen, indicou o porta-voz militar do movimento.

"Estes ataques causaram a morte de cinco mártires e feriram outros seis membros de nossas forças armadas", afirmou Yahya Saree na rede social X, acrescentando que foram 73 bombardeios em várias áreas, entre elas a capital Saná e Hodeida.

Grupo atacou rotas marítimas

Os Houthis têm realizado um número crescente de agressões na importante rota marítima do Mar Vermelho desde o início da guerra de Gaza com o ataque sem precedentes do grupo islamista Hamas contra Israel, em 7 de outubro.

Fortes ataques aéreos atingiram aeroportos e instalações militares no Iêmen nas primeiras horas desta sexta-feira, indicou a mídia oficial dos rebeldes e correspondentes da AFP.

"Nosso país enfrenta um ataque em massa de barcos, submarinos e aviões americanos e britânicos", declarou o vice-ministro de Relações Exteriores Houthi, Hussein Al-Ezzi, citado pela mídia rebelde.

"Os Estados Unidos e o Reino Unido devem estar preparados para pagar um preço alto e assumir as graves consequências desta agressão", acrescentou.

Quem são os Houthis?

A organização dos Houthis surgiu em 1990 para combater o governo do então presidente Ali Abdullah Saleh. Liderados por Houssein al Houthi, os primeiros integrantes do grupo eram do norte do Iêmen e faziam parte de uma minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

Ganharam força ao longo dos anos, principalmente após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003.

Clamando frases como "Morte aos Estados Unidos", "Morte a Israel", "Maldição sobre os judeus" e "Vitória ao Islã", o grupo não demorou para se declarar parte do "eixo da resistência" liderado pelo Irã contra Israel e o Ocidente.

Alvos americanos

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse em um comunicado que a operação teve como alvo radares e mísseis dos rebeldes, que controlam uma faixa de território no Iêmen.

No texto, Washington e aliados deixaram claro que a intenção dos ataques é "reduzir as tensões e restabelecer a estabilidade" no Mar Vermelho, "defendendo vidas humanas" e protegendo "a livre circulação do comércio".

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considerou em uma declaração que os ataques foram "medidas limitadas, necessárias e proporcionadas em legítima defesa".

Essa retaliação ocidental aumenta o risco de transformar uma situação já tensa no Oriente Médio em um conflito mais amplo que envolva os Estados Unidos e Israel contra o Irã e seus aliados regionais.

A Arábia Saudita expressou "grande preocupação" com as operações militares no Mar Vermelho e os bombardeios contra o país vizinho, pedindo "moderação e evitar uma escalada" em um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores.

Os Houthis afirmam estar agindo em resposta à ofensiva israelense na Faixa de Gaza e têm lançado uma série de drones e mísseis em direção a Israel.