A ofensiva do Hamas em Israel tem atacado também diversas comunidades tradicionais, os chamados kibutz. No Be'eri, por exemplo, vários morreram e muitos foram tomados como reféns. Na Nir Am, por outro lado, uma jovem israelense de 25 anos ficou famosa após liderar uma reação contra o grupo paramilitar e evitar um massacre.
Kibutz vem de kibutzim, que em hebraico significa "conjunto" ou "assembleia". Lá, eles moram, trabalham e produzem, tudo em comunidade.
Eles surgiram no século XX, e se pautam em princípios igualitários e comunais. A economia, no começo, era essencialmente agrícola. "Tudo era compartilhado", segundo Yuval Achouch, sociólogo da Western Galilee Academic College e especialista em Kibutz, informou à AFP.
Ataque a kibutz
O general israelense aposentado, Itai Veruv, disse que “70 terroristas totalmente armados e treinados” atacaram Kfar Aza por volta das 6h30 (0h30 no horário de Brasília) de sábado.
Ele descreveu o ataque como "um massacre, um grande desastre". Cerca de 400 pessoas viviam nesta comunidade, que fica a cerca de dois quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.
Vários soldados israelenses destacados no local disseram à AFP que entre 100 e 150 pessoas foram mortas no ataque do Hamas ao kibutz, incluindo um número desconhecido de crianças. Um soldado, que pediu anonimato, descreveu mutilações, incluindo algumas decapitações, mas recusou-se a dar mais detalhes.
Assassinato de bebês
No início desta quarta-feira (11), o governo israelense disse que não pode confirmar os relatos de que combatentes do Hamas "assassinaram" 40 bebês em um kibutz no sul do país. Porém, pela noite, a informação foi confirmada.
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, declarou ter tido acesso a imagens que comprovam a morte das crianças, segundo o g1. “É importante que os americanos saibam disso. Eu nunca pensei que veria isso… Imagens confirmadas de terroristas decapitando crianças”, disse Biden, durante um encontro com lideranças da comunidade judaica em Washington.
Na terça-feira, a conta oficial @Israel do governo na rede social X (antes conhecida como Twitter) publicou um vídeo de uma repórter do canal israelense i24NEWS comovida sobre a devastação no kibutz de Kfar Aza.
O vídeo estava acompanhado da manchete "40 bebês assassinados". "Ninguém poderia esperar que fosse assim, os horrores que ouço destes soldados", disse a repórter em outro vídeo transmitido no site da emissora.
A notícia sobre "40 bebês assassinados" foi massivamente compartilhada nas redes sociais desde terça-feira, sendo usada para condenar a ofensiva da milícia islamita Hamas contra Israel, iniciada no sábado a partir da Faixa de Gaza.