Um novo desdobramento sobre o caso do voo LA800, que fazia uma rota entre a Austrália e a Nova Zelândia e perdeu altitude rapidamente, ganhou repercussão nesta sexta-feira (15). Conforme noticiado pelo The Wall Street Journal, o incidente ocorreu por conta do esbarrão de uma comissária de voo no assento do piloto.
O caso ocorreu na segunda-feira (11) durante a rota Sydney-Auckland e causou pânico entre os passageiros. Cerca de 50 pessoas foram encaminhadas a uma triagem no aeroporto. Destas, 13 foram levadas ao hospital — sendo dois brasileiros e três integrantes da tripulação.
Segundo a publicação, a funcionária teria esbarrado em um botão enquanto servia a refeição na cabine do piloto. O comandante teria sido empurrado para a frente e, com o movimento brusco, acionado os controles que jogaram o nariz do avião para baixo. O botão fica coberto e não deve ser acionado quando o piloto está sentado.
O avião perdeu altitude subitamente, fazendo com que alguns tripulantes e passageiros batessem a cabeça no teto da aeronave.
O Diário do Nordeste solicitou esclarecimentos para a Latam sobre o incidente, o estado de saúde das pessoas feridas e atualizações sobre a investigação. Em nota, a empresa informou que "continua trabalhando em coordenação com as autoridades para apoiar a investigação e que não compete à Latam comentar as especulações em torno do tema".
O QUE ACONTECEU?
Os passageiros explicaram à imprensa local que a aeronave, um Boeing 787 Dreamliner, perdeu altitude quando sobrevoava o mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia, e impulsionou para o teto todas as pessoas que não usavam cinto de segurança. O voo transportava 263 passageiros e nove tripulantes.
"As pessoas saíram voando, porque não usavam seus cintos", declarou um passageiro à rádio pública RNZ. "Algumas pessoas ficaram bastante feridas. A gente teve medo realmente", continuou ele, com a voz trêmula.
Um porta-voz da Latam no Chile informou apenas que a aeronave "teve um incidente técnico durante a viagem que provocou um forte movimento", mas que aterrissou no aeroporto de Auckland, na Nova Zelândia, como estava previsto.
Os serviços de resgate informaram que foram alertados por volta das 16h locais (meia-noite em Brasília), quando o avião começou a descer em Auckland. Dez ambulâncias e outros veículos médicos foram mobilizados para atender os feridos. "Nossas equipes e ambulância avaliaram o estado de cerca de 50 pacientes, um dos quais se encontrava em estado grave", indicou à AFP Gerard Campbell, dos serviços de emergência St. John.
A aeronave deveria seguir para Santiago, no Chile, mas, devido ao incidente, a Latam suspendeu a rota e definiu um novo voo, previsto para partir da cidade neozelandesa na terça-feira (12).
INVESTIGAÇÃO
Em Santiago, a Direção-Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) do Chile informou que o incidente "será investigado pela Comissão de Investigação de Acidentes da Nova Zelândia".
O caso ocorre dois meses após outro modelo da fabricante americana registrar um problema. No início de janeiro, uma porta de um Boeing 737 MAX 9, da companhia Alaska Airlines, soltou pouco depois da decolagem, deixando passageiros feridos.