China pede que população estoque comida para controlar novo surto de Covid-19

De acordo com Pequim, os representantes locais, dentre outras atribuições, precisam garantir a estabilidade dos preços

A China orientou que a população comece a estocar comida e outros itens de necessidade básica diante de surtos pontuais da Covid-19.

Em comunicado nesta terça-feira (2), o Ministério do Comércio chinês também pediu que autoridades em locais com restrições impostas pela pandemia disseminem informações sobre as redes de distribuições de produtos essenciais.

Na nota, o Governo apresentou uma série de recomendações para assegurar o fornecimento de suprimentos durante os meses de inverno no Hemisfério Norte. De acordo com Pequim, os representantes locais precisam "fortalecer" a liderança organizacional e garantir a estabilidade dos preços.

O alerta acontece em um momento em que o país asiático enfrenta dificuldades para manter a política de tolerância zero a casos de coronavírus.

A capital Pequim voltou a endurecer restrições e fechou cinemas e centros de entretenimento em algumas regiões, depois de registrar novas infecções.

China teme recrudescimento da pandemia

A China, onde os primeiros casos de Covid-19 foram descobertos há quase dois anos, controlou amplamente a epidemia em seu solo. A vida voltou ao normal desde a primavera de 2020, e o país registrou apenas duas mortes em mais de um ano. 

No entanto, focos localizados aparecem esporadicamente. O mais recente diz respeito a uma área na fronteira com a Mongólia. Um casal de idosos, que havia viajado para lá em uma excursão, ajudou a espalhar o vírus para outras regiões.

No plano sanitário, a situação é "grave e complexa", admitiu à imprensa o porta-voz do ministério da Saúde, Mi Feng, destacando a rapidez de circulação do vírus.

A proporção de casos graves também é maior do que em surtos anteriores, observou Guo Yanhong, funcionária do Ministério da Saúde. Segundo ela, 40% dos pacientes têm mais de 60 anos.

Endurecimento das medidas

Por precaução, cerca de 6 milhões de chineses em todo o país estão confinados. Assim, e com um rastreio em grande escala, a propagação do vírus pode ser controlada "dentro de um mês", disse o virologista Zhong Nanshan, uma das autoridades da luta contra a Covid.

Ele alertou, porém, que o vírus "não pode ser erradicado a curto prazo". A entrada em várias regiões está condicionada à apresentação de um teste negativo, especialmente para viajantes de áreas onde foram reportados casos.

Muitos voos nos principais aeroportos de Pequim foram cancelados na última sexta-feira (29), e as autoridades desaconselham deixar a capital.